(Letícia Simionato, Estadão Conteúdo) — Os juros dos Treasuries subiram na ponta curta da curva, após subirem em bloco à medida que os dados de inflação ao consumidor (CPI) dos EUA, divulgados pela manhã, surpreenderam o mercado ao virem acima do esperado e confirmarem a trajetória hawkish do Federal Reserve (Fed). Analistas, em sua maioria, esperam agora que o BC americano eleva juros em 75 pontos-base, na reunião da semana que vem.
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No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos tinha alta a 3,741%, o da T-note de 10 anos subia a 3,414% e o do T-bond de 30 anos caía a 3,492%.
De acordo com dados publicados hoje pelo Departamento do Trabalho, o CPI dos Estados Unidos subiu 0,1% em agosto ante julho, contrariando a mediana de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, de queda de 0,1%. Já o núcleo do CPI, que exclui os voláteis preços de alimentos e energia, avançou 0,6% na comparação mensal de agosto, quando o consenso do mercado era de alta de 0,3%.
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Após os dados, o mercado financeiro passou a precificar 22% de chance de que o Fed suba juros em 100 pontos-base na semana que vem, como mostrou a plataforma de monitoramento do CME Group. Antes do dado, a ferramenta não indicava possibilidade de elevação de um ponto porcentual e o cenário de avanço de 75 pontos-base chegava a 90%. Mais tarde, as chances de 75 pontos-base caíram para 68% e de 100 pontos porcentuais subiram para 32%.
Para o Commerzbank, um novo aumento de 75 pontos-base dos juros pelo Fed é praticamente certo na próxima semana. “O Fed terá de continuar pisando nos freios com força, mesmo às custas de uma possível recessão,” disse o banco alemão. O HFE faz análise semelhante: o CPI “selou o acordo” para que o BC americano eleve os juros em 75 pontos-base na sua reunião de setembro.
Mais tarde, os juros dos Treasuries de prazo mais longo perderam força após um leilão de US$ 18 bilhões em T-bonds de 30 anos apresentar juro de 3,511% e taxa bid-to-cover, um indicativo da demanda, em 2,42 vezes, acima da média recente, de 2,35 vezes.