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Após resgate de R$ 1,2 bi, Captalys fecha fundo para novas aplicações

A presidente Margot Greenman vai se dedicar exclusivamente a retornar o capital aos cotistas

Após resgate de R$ 1,2 bi, Captalys fecha fundo para novas aplicações
Margot Greenman, CEO e cofundadora da Captalys. (Foto: Leonardo Rodrigues/Divulgação)
O que este conteúdo fez por você?
  • A presidente da Captalys vai se dedicar exclusivamente a retornar o capital integralmente aos cotistas
  • Há duas semanas, Captalys anunciou revisão no valor dos ativos nos quais o Orion investe
  • BTG Pactual pode acabar intervindo na Captalys, assumindo a gestora

Após resgates de R$ 1,2 bilhão, a gestora Captalys informou a seus clientes o fechamento de seu fundo Órion para novas aplicações. De acordo com comunicado que foi distribuído a clientes e obtido pelo Broadcast, a presidente da Captalys, Margot Greenman, vai se dedicar exclusivamente a retornar o capital integralmente aos cotistas, conforme o regulamento do fundo. O Orion tinha um patrimônio de R$ 1,65 bilhão. Procurada, a Captalys não quis oferecer mais detalhes.

Os problemas com o fundo começaram a ficar explícitos há duas semanas, quando a Captalys anunciou revisão no valor dos ativos nos quais o Órion investe. Essa marcação de preço atingiu seis fundos dos 27 nos quais estão aplicados o patrimônio dos cotistas. No mercado, o comentário era de que a Captalys demorou para realizar tal ajuste e que as indicações de resgate no final de setembro, uma das datas previstas para os investidores sacarem recursos, acelerou o processo.

Em conversa com o Broadcast na última semana de setembro, Greennam explicou que a Captalys decidiu provisionar todos os créditos de uma carteira fumaça, ou seja, lastreada em recebíveis, que estavam atrasados mais de 60 dias. Isso teria, segundo ela, provocado uma elevação nas provisões de R$ 40 milhões. Na última sexta-feira, o mercado especulou que o montante seria muito maior.

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Além disso, a Captalys trouxe a valor de mercado vários créditos diretos já inadimplentes concedidos a empresas, em sua maior parte loteadoras. Greenman afirmou na mesma entrevista que a empresa pode vender alguns desses créditos inadimplentes com a intenção de “cuidar do patrimônio dos cotistas”. Segundo Greenman, ambos ajustes teriam levado o fundo a um retorno negativo de 4,5%, o primeiro dos 11 anos de história do fundo.

Circulam ainda comentários de que o BTG Pactual pode acabar intervindo na Captalys nesse processo, uma vez que é detentora de uma debênture de R$ 90 milhões, conversíveis em ações. Fontes chegam a comentar que o BTG pode assumir a gestora. Vale lembrar que o BTG tem, de toda a forma, uma empresa, a Enforce, que é especializada na compra e venda de créditos “podres”.

Essas debêntures foram emitidas para respaldar a empresa no processo de listagem em bolsa, que estava previsto para 2020 e não aconteceu. Ao mesmo tempo, os recursos seriam usados para dar vazão ao crescimento da gestora.

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