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- Mesmo que a Faria Lima tenha mais afinidade com Bolsonaro, uma vitória petista já não assusta tanto, especialmente dado a limitação de poder que Lula teria, se eleito, no Congresso e Senado
- Com a visão de que os resultados foram melhores do que o esperado pela Faria Lima, a expectativa é que a volatilidade política na Bolsa seja ainda menor do que a observada antes do pleito
- Especialistas indicaram que, para o investidor pessoa física, pode ser melhor aguardar a definição política antes de fazer qualquer movimento
O índice de referência da bolsa de valores brasileira encerrou o primeiro pregão após o primeiro turno das eleições com alta de 5,54%, aos 116.113,15 pontos. O desempenho confirma a visão positiva com que o mercado encarou os resultados eleitorais do domingo (2), que oficializaram a disputa direta entre o ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) para o segundo turno.
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Lula teve 48,43% dos votos frente a 43,20% de Bolsonaro. Um cenário bem mais amargo para a campanha petista do que previam as pesquisas, com o bolsonarismo ganhando terreno não só na disputa presidencial, mas no Congresso e no Senado.
Leia também: Como o mercado avaliou o 1º turno e o que esperar a partir de agora
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E é justamente o destaque de votação das candidaturas alinhadas ao presidente Bolsonaro que está causando essa euforia no Ibovespa, explicam os gestores ouvidos pelo E-Investidor. Mesmo que a Faria Lima tenha mais afinidade com Bolsonaro, uma vitória petista já não assusta tanto, especialmente dado a limitação de poder que Lula teria, se eleito, no Congresso e Senado.
“É um bom resultado para o mercado, porque há uma leitura de que, se ganhar, Lula terá muito menos liberdade do que se temia, com um Congresso claramente alinhado à direita. Sai de cena aquele medo com a vitória petista e uma guinada à esquerda”, explica George Wachsmann, CEO da Empiricus Gestão.
Se Bolsonaro conseguir virar o jogo e se reeleger, terá mais suporte com um Congresso alinhado a seus posicionamentos para aprovar as medidas e reformas que prometeu, mas não conseguiu cumprir por não ter capital político sólido no primeiro mandato, diz Wachsmann.
Com a visão de que os resultados foram melhores do que o esperado pela Faria Lima, a expectativa é que a volatilidade política na Bolsa seja ainda menor do que a observada antes do pleito – e que já vinha chamando atenção pela “calmaria”. Se isso se concretizar, o cenário pós segundo turno deve atrair os gestores para os ativos de risco.
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“O prêmio de risco atrelado aos nossos ativos, como moeda, bolsa e curva de juros, deveria ser menor dada a composição do Congresso eleito, independente de quem venha a vencer as eleições no final do mês”, diz Maurício Valadares, gestor da Nau Capital. Para o especialista, a redução da incerteza deve fazer a bolsa brasileira performar melhor do que os pares internacionais, ainda sob a pressão de inflação e juros.
Aqui, mostramos as expectativas do mercado para o Ibovespa e o dólar se Lula ou Bolsonaro ganharem.
Essa também é a visão do CEO da Empiricus Gestão. Para que o Ibovespa consiga desempenhos expressivos como o desta segunda-feira pós-eleição, mais do que vitória de um ou de outro, é preciso uma melhora no cenário exterior. “Tem um determinado mau humor lá fora que é pior que o bom humor aqui com as eleições”, diz.
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Wachsmann destaca que, há algum tempo, gestores têm apontado que a bolsa está barata e estão montando posições. Agora, com um resultado eleitoral melhor do que o esperado na visão do mercado, isso deve continuar independente de quem ganhe as eleições.
“A pessoa física migrou para a renda fixa esse ano, uma chave que não volta instantaneamente. Mas a bolsa vai subir antes de vermos a pessoa física voltar, com o investidor institucional, estrangeiro e os gestores se posicionando. E a tendência é que isso continue”, afirma.
Nem todos, porém, têm utilizado o cenário eleitoral para fazer ajustes na carteira. Nesta reportagem, especialistas indicaram que, para o investidor pessoa física, pode ser melhor aguardar a definição política antes de fazer qualquer movimento tático.
Esse também é o posicionamento de Vladimir Timerman, gestor da Esh Capital: “Não vamos fazer absolutamente nenhum ajuste. O fundo é focado em situações especiais e a beleza disso é que a alta das eleições não influencia nos retornos esperados que temos para a nossa estratégia”.
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