O Bradesco (BBDC4) diminuiu de 6,3% para 5,7% a sua projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2022. O banco atribui a revisão às deflações em energia e combustíveis associadas ao projeto que limitou a cobrança de ICMS sobre os itens, além de um comportamento melhor que o esperado de alimentos e serviços, além de um arrefecimento dos preços de commodities.
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A projeção para 2023 foi mantida em 4,9%. “Essa projeção é compatível com um gradual arrefecimento dos preços livres, sustentado tanto pela queda das commodities quanto pelo grau de aperto monetário doméstico e global”, diz o relatório do Bradesco, assinado pelo economista-chefe, Fernando Honorato Barbosa. No ano que vem, ele destaca o risco de novos estímulos fiscais e de persistência da inflação de serviços. No cenário doméstico, o Bradesco reiterou a avaliação de que o Banco Central (BC) encerrou o ciclo de aperto monetário ao manter a taxa Selic inalterada em 13,75% na sua última decisão, de setembro. O cenário do banco indica redução dos juros a 11,75% no fim de 2023, embora alerte que o quadro fiscal incerto sugira “cautela na condução da política monetária” para evitar desancoragem das expectativas.
O banco também reiterou as expectativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, de 2,7% em 2022 e 0,5% em 2023. De acordo com o Bradesco, o mercado de trabalho deve continuar contribuindo positivamente para a atividade no terceiro trimestre. No ano que vem, a política monetária restritiva e a desaceleração global devem limitar a atividade.
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Na política fiscal, o cenário leva em conta um superávit primário de 1,2% do PIB para o setor público consolidado este ano, revertido para um déficit de 0,4% do PIB em 2023, considerando a manutenção de alguns gastos extraordinários e da desoneração de impostos federais sobre combustíveis. “Tão importante quanto os resultados de longo prazo será a definição do arcabouço fiscal que irá vigorar nos próximos anos, tema que deve ser debatido ao longo do primeiro semestre de 2023”, diz o banco.
No relatório, a equipe de economistas também reiterou as projeções de 2022 para as transações correntes, de déficit de US$ 36,6 bilhões, e de ingresso líquido de Investimentos Diretos no País (IDP), de US$ 65,6 bilhões. O Bradesco espera dólar a R$ 5,25 no fim de 2022 e no fim de 2023.