- No mercado internacional o investidor pode atingir o próximo nível na diversificação da carteira
- Para investir no exterior é preciso abrir uma conta em um país estrangeiro ou recorrer a veículos de investimentos no Brasil
- Existem quatro modalidades de investimentos que permitem acessar outras economias e ativos sem sair do Brasil
Embora o mercado de capitais brasileiro tenha se desenvolvido muito nas últimas décadas e possa atender a necessidade de praticamente todos os investidores, acessar o mercado internacional pode ser, numa explicação simples, pescar em um oceano ainda maior de oportunidades, acessando novos ativos como empresas estrangeiras, índices, moedas, entre muitos outros.
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Na prática, significa atingir o próximo nível na diversificação de sua carteira de investimentos, complementando a alocação atual com ativos atrelados à outras economias e o principal, descorrelacionados com o mercado local. Em outras palavras, poder acessar novos setores de produção e desenvolvimento que eventualmente estejam mais maduros ou ainda, que não existem no Brasil.
Vou te mostrar que para investir em ativos no exterior você pode optar em abrir uma conta em um país estrangeiro ou simplesmente acessar tais ativos por meio de veículos de investimentos aqui mesmo no Brasil. Eles estão à disposição por meio de bancos ou corretoras que possuem diversas alternativas nesse sentido para seus clientes poderem diversificar o portfólio.
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Investindo diretamente no Exterior
Você deve procurar uma instituição que lhe ofereça a oportunidade de investir no exterior e acompanhar diretamente daqui suas aplicações. Para isso, você obrigatoriamente vai passar pelo processo burocrático de abrir um cadastro e realizar a remessa de recursos para fora do País toda a vez que for investir, considerando também a cotação da moeda – que também irá influenciar nos seus investimentos.
Recomendo ter acesso a uma assessoria para lhe auxiliar, pois o mercado internacional oferece milhares de oportunidades em diferentes bolsas, países e moedas. Portanto, a assessoria, dependendo do seu perfil, é fundamental. Também é importante saber como declarar e recolher impostos quando se envia recursos e faz investimentos no exterior.
Investindo em ativos no exterior aqui no Brasil
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Vamos falar de opções de investimentos no mercado brasileiro, sem que você precise efetivamente abrir uma conta em um país estrangeiro. Assim, você poderá investir diretamente do banco onde mantém relacionamento ou da corretora de investimentos onde estão os seus recursos.
Existem praticamente quatro modalidades de investimentos que permitem acessar outras economias e ativos, com diferentes valores de aportes:
Fundos de Investimento – São estruturas condominiais em que se reúne recursos de diversos investidores para aportes no mercado de capitais, com a finalidade de gerar retorno aos cotistas. Os fundos de investimento são geridos por gestores profissionais e contam com políticas específicas para cada um.
A política de investimento é a “regra do jogo” e determina que tipo de operações e ativos são usados na gestão do fundo. Geralmente, e como obrigatoriedade, você vai encontrar no nome do fundo a indicação “Investimento no Exterior”.
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Sempre avalie em cada fundo quando for aplicar:
a) A taxa de administração cobrada;
b) Se existe cobrança adicional de taxa de performance (cobrada quando o desempenho do fundo for superior a determinado patamar pré-definido);
c) O regulamento do fundo no qual também consta a política de investimentos;
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d) A performance e a rentabilidade histórica.
Nesse contexto, os fundos de investimento são veículos capazes de cumprir o objetivo de atrelar parte da carteira do investidor ao mercado internacional. Isso significa proteção cambial, busca de oportunidades em determinados mercados, entre outras oportunidades.
Por fim, mesmo que o imposto de renda seja recolhido na fonte no momento do resgate, é importante conhecer as alíquotas: 15% sobre o lucro em se tratando de um fundo de ações, 22,5% até 15% no caso de um fundo de renda fixa ou multimercado de longo prazo e 22,5 a 20% se o fundo for de curto prazo.
ETF’s (Exchange Traded Funds) – São bem parecidos com os fundos de investimentos e também são geridos por gestores profissionais. ETFs são fundos atrelados a uma carteira de ativos que busca um retorno semelhante a um índice de referência.
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Os ETF’s são facilmente acessados de qualquer corretora de investimentos, uma vez que são negociados na B3, podendo-se utilizar o Home Broker tradicional, igualzinho ao mercado de ações. Muitas casas de investimentos possuem relatórios de recomendações e análises de ETF’s que podem auxiliar a sua tomada de decisão no que investir.
O imposto de renda nesta modalidade, assim como no caso das ações, incide a alíquota de 15%, recolhido pelo próprio investidor por meio do Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF).
Investindo por meio do ETF, além do valor muito mais modesto para atingir o objetivo, o investidor não precisará se preocupar com as compras e vendas dos ativos que compõem o índice. Recomendo que acesse o site da B3 e conheça a lista de ETF’s disponíveis para negociação, bem como suas características. Você vai se surpreender!
BDR’s (Brazilian Depositary Receipts) – Imagina vincular parte de seus investimentos à performance de empresas negociadas no exterior: gigantes de tecnologia, bancos, farmacêuticas, grandes varejistas, entretenimento. É possível e muito mais simples do que você imagina.
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Os BDR’s são recibos de ações de empresas estrangeiras negociados no Brasil e representam ações dessas empresas. A negociação ocorre na B3, da mesma forma que o investidor compra e vende ações de empresas brasileiras: pelo home broker ou aplicativo da corretora. A tributação também é a mesma: haverá incidência de 15% sobre os resultados positivos, apurado e recolhido pelo próprio investidor.
Vale destacar que os dividendos em BDRs, diferente do que ocorre com as ações no Brasil, não estão isentos de imposto de renda. O investidor deve recolher mensalmente o imposto por meio do carnê-leão e seguindo a tabela progressiva, que prevê alíquotas de zero a 27,5%. No site da B3, você confere a relação de BDR’s disponíveis.
COE (Certificado de Operações Estruturadas) – Existem diversas estruturas de COE’s à disposição do investidor, sendo que muitas consideram uma exposição internacional, como envolvendo a performance da ação de determinada empresa, índices ou ainda moedas, como dólar ou euro.
Onde investir em COEs? Bancos e corretoras usualmente dispõem de uma variedade de estruturas para investimento, sendo que muitas delas contam, por exemplo, com a garantia do principal investido, considerando que a tese de investimento não se concretizou ou, ainda, houve uma mudança relevante nas perspectivas envolvendo o mercado ou o ativo objeto, que comprometeram sua performance.
Em outras palavras, o COE garante 100% do capital investido se der tudo errado no ativo atrelado e o investidor não perde o valor aportado. Vale dizer que em muitas casas você ainda encontra COEs com retorno mínimo garantido, em que mesmo se o ativo atrelado não performar de acordo com o esperado o COE dá um rendimento mínimo pelo período de aplicação.
Em relação à tributação, embora os COE’s se utilizem de estruturas envolvendo renda variável, os rendimentos estão sujeitos à Tabela Regressiva de Imposto de Renda da Renda Fixa, que se inicia com alíquota de 22,5% para aplicações de até 180 dias, chegando até 15% para prazos superiores a 720 dias.
Embora investir no exterior possa trazer todo um novo universo de alternativas e possibilidades é importante que seja observado o perfil e nível de tolerância ao risco por parte do investidor. Contar com conteúdos de análise de fontes reconhecidas e o apoio de um especialista certificado podem ser fatores decisivos para uma boa tomada de decisão.
Um abraço, e até a próxima.