- Ações da WEG na Bolsa subiram 9,08% na Bolsa em 2020
- Bons resultados são fruto da diversificação de produtos e, principalmente, de sua internacionalização
- No último trimestre de 2019, 56% da receita total da empresa veio do exterior
Em meio à crise mundial do novo coronavírus, que fez a bolsa de valores brasileira despencar mais de 30%, uma empresa no Ibovespa chama a atenção por ser a única com ações em alta no ano. A WEG S.A, multinacional brasileira voltada para o setor de energia e tecnologia, teve seus papéis valorizados em 9,08% em 2020 até o fechamento desta quarta-feira (25).
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Entre as listadas no índice que reúne as principais ações da Bolsa, a segunda melhor colocada é a Droga Raia, que registra queda de 0,57% no ano. Na outra ponta, vemos, por exemplo, as ações da CVC e da IRB Brasil desvalorizando, respectivamente, 78,45% e 76,69%. Até esta quarta, o Ibovespa, que fechou o dia em 74.955,57 pontos, apresenta tombo de 35,18% no ano.
Como, então, a WEG conseguiu manter um saldo positivo no ano após o pânico dos mercados com a pandemia? O fenômeno, na verdade, não é novidade.
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O estrategista de investimentos, Marco Saravalle, explica que, historicamente, a empresa, fabricante de motores elétricos, tem uma das ações mais sólidas do Ibovespa. Além de seu ramo ser mais resiliente e menos afetado nas crises, a WEG se destaca pela diversificação de produtos e, principalmente, por sua internacionalização.
No último trimestre de 2019, por exemplo, 56% da receita total da empresa veio do exterior. Com fábricas nos Estados Unidos e na Europa, a companhia também exporta seus produtos para diversos outros países. Outro fator relevante para a solidez das ações é que a empresa é reconhecida por ter boa governança e respeitar minoritários.
“No meio dessa incerteza, o investidor procura ativos com a melhor soma de fatores de qualidade”, diz Saravalle. “Com consumo e serviços sendo afetados, aviação podendo até quebrar e turismo parado, a WEG é uma das poucas opções com negócio resiliente”.
O estrategista de investimentos lembra que há setores como o de transmissão de energia que são menos impactados que a média, embora também estejam sujeitos à queda de receita. Neste momento, ele recomenda que o investidor olhe para as empresas mais “dolarizadas”, citando a Suzano e a própria WEG.
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“O investidor busca uma maneira de revisar o lucro o menos possível. Com recessão, quase todas serão afetadas, umas mais, outras menos. De energia e saneamento, por exemplo, todos vão continuar precisando”, aponta Saravalle.
Sobre a WEG, cujas ações fecharam o dia cotadas a R$ 37,65, o estrategista de investimentos reforça ainda que a empresa tende ter menor correlação com o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil devido à internacionalização.
“Claro que, se tiver um grande investimento no País, ela vai ser beneficiada”, afirma Caravalle. “Mas, dependendo do trimestre, a receita da empresa que vem dos Estados Unidos e da Europa chega a ser 70% do total.”