A quarta-feira (19) é dia de Livro Bege nos Estados Unidos, discursos de vários dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), após já terem sido divulgados números de inflação na zona do euro e do Reino Unido, além de balanços das gigantes Procter & Gamble, IBM, Tesla e Alcoa. No Brasil, o destaque fica por conta dos dois leilões de linha do Banco Central.
Apesar dos números ruins de inflação no Reino Unido e na zona do euro, as bolsas da Europa tentam ganhar fôlego nesta manhã e há pouco a maioria estava no azul. A taxa anual de inflação ao consumidor (CPI, pela sigla em inglês) da zona do euro atingiu nova máxima histórica de 9,9% em setembro, de 9,1% em agosto, mas ligeiramente abaixo da expectativa de analistas (10%). O CPI recorde pressiona o Banco Central Europeu (BCE) a seguir elevando juros de forma agressiva, na reunião do próximo dia 27.
Já o CPI do Reino Unido subiu à taxa anual de 10,1% em setembro, de 9,9% em agosto, de volta ao maior nível desde 1982, e acima da previsão do mercado (10%). O resultado também abre espaço para o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) subir os juros em novembro, em 75 ou 100 pontos-base. Também no Reino Unido, o ministro das Finanças, Jeremy Hunt, se prepara para taxar os lucros de bancos e empresas de energia na tentativa de preencher um rombo fiscal de 40 bilhões de libras por meio de uma mistura de aumentos de impostos e cortes de gastos públicos.
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Nos EUA, o presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, afirmou ontem que as taxas de juros podem atingir facilmente a faixa intermediária de 4% no próximo ano.
No Brasil, o leilão de rolagem de linha cambial pode manter o dólar comportado nesta quarta-feira. A alta moderada dos futuros de Nova York e do petróleo podem ajudar o Ibovespa a continuar com sua valorização após ter fechado ontem perto da máxima, em alta de 1,87%, aos 115.743,07 pontos. Os juros futuros podem ter oscilações contidas, mas o avanço dos juros dos Treasuries (títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano) pode trazer alguma pressão.
Na política
Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira mostra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com 47% das intenções de voto e o presidente Jair Bolsonaro (PL), com 42%. A Comissão de Direitos Humanos do Senado aprovou medidas para cobrar explicações do presidente Bolsonaro por ter dito que durante uma conversa com adolescentes venezuelanas “pintou um clima”.
O pacote de medidas também atingiu a senadora eleita Damares Alves (Republicanos-DF), que terá que explicar declarações sobre a existência de supostos abusos de crianças para fins sexuais na Ilha de Marajó, no Pará. Os dois casos provocaram enorme desgaste político na imagem do presidente e do governo.
Agenda
No exterior, o Fed divulga o Livro Bege (15h00), relatório sobre as atuais condições econômicas em cada um dos 12 distritos do Federal Reserve nos EUA. O vice-presidente do Banco da Inglaterra (BoE), Jon Cunliffe, participa de sessão no Comitê do Tesouro (11h00). São esperados discursos de dirigentes do Fed: de Minneapolis, Neel Kashkari (14h00); de Chicago, Charles Evans (19h30); de St. Louis, James Bullard(19h30). Serão divulgados ainda balanços da Procter & Gamble, IBM, Tesla e Alcoa.
A agenda local traz a participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, em um evento do setor portuário (9h00). O Banco Central faz dois leilões de linha, um em rolagem, no montante de US$ 3 bilhões, e outro não atrelado a rolagem, de US$ 1 bilhão, às 10h20 e às 10h45.
Por volta das 7h15
Barril do petróleo WTI para dezembro subia 1,35% na Nymex, a US$ 83,94, enquanto o do Brent para o mesmo mês subia 0,84% na ICE, a US$ 90,79.
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No mercado futuro, o Dow Jones subia 0,18%, o S&P 500 avançava 0,34% e o Nasdaq tinha ganho de 0,61%.
Na Europa, a Bolsa de Londres subia 0,03%, enquanto a de Frankfurt subia 0,17% e a de Paris avançava 0,54%.
Rendimento da T-note de 2 anos subia a 4,486% (de 4,430%), o da T-note de 10 anos avançava a 4,064% (de 3,993%), e o do T-bond de 30 anos aumentava a 4,065% (de 4,019%).
Índice DXY do dólar, que mede as variações da moeda norte-americana frente a outras seis divisas relevantes, subia 0,30%, a 112,46 pontos, enquanto o euro caía a US$ 0,9811 (de US$ 0,9858) e a libra recuava a US$ 1,1275 (de US$ 1,1321). O dólar avançava a 149,47 ienes (de 149,19 ienes).
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