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Dólar hoje: moeda dispara e volta a R$ 5,30 após ataque de Jefferson

Real amargou a maior desvalorização entre as moedas mais relevantes do mercado global

Dólar hoje: moeda dispara e volta a R$ 5,30 após ataque de Jefferson
Foto: Pixabay

O dólar disparou no mercado doméstico de câmbio na sessão desta segunda-feira (24) e voltou ao nível de R$ 5,30, em meio a um ambiente externo desfavorável para moedas emergentes e ao aumento das tensões políticas domésticas, com o episódio envolvendo a prisão do ex-deputado Roberto Jefferson, na semana derradeira antes do segundo turno da eleição presidencial. O real, que vinha apresentando desempenho superior a de seus pares, amargou hoje a maior desvalorização entre as moedas mais relevantes do mercado global.

Já em alta superior a 1% na abertura, o dólar escalou rapidamente e tocou R$ 5,30 ainda pela manhã. Ao longo da tarde, houve um refresco, com divisa oscilando entre R$ 5,27 e R$ 5,29. Nos minutos finais do pregão, contudo, o dólar voltou a escalar e fechou a R$ 5,3029, a máxima do dia, em alta de 3,01% – a maior valorização no fechamento desde 22 de abril deste ano, quando subiu 4%. Com a arrancada hoje, as perdas da moeda americana em outubro passaram a ser de apenas 1,70%.

Analistas observam que as perspectivas para o real hoje já eram negativas em razão das perdas em bloco de divisas emergentes e de países exportadores de commodities frente à moeda americana, em razão de dados ruins da economia chinesa (balança comercial e venda de moradias). Aumentam as preocupações com o futuro do gigante asiático após o Congresso do Partido Comunista Chinês resultar em mais concentração de poder nas mãos do presidente Xi Jinping, considerado mais hostil ao Ocidente.

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Os ventos externos ruins foram turbinados por aqui pelo quadro político conturbado com o episódio envolvendo o aliado do presidente Jair Bolsonaro e ex-deputado federal Roberto Jefferson, que, em um primeiro momento, resistiu à ordem de prisão expedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e atacou policiais federais com tiros e granadas. A leitura nas mesas de operação é que o entrevero é prejudicial à campanha de Bolsonaro e pode frear a tendência de crescimento das intenções de voto do presidente identificada nas últimas pesquisas eleitorais.

Foi senha para que investidores retomassem posições defensivas e se aproveitassem para realizar lucros acumulados recentemente na Bolsa, sobretudo em papéis de estatais, como Petrobras e Banco do Brasil, que haviam disparado com a perspectiva de reeleição de Bolsonaro. O episódio envolvendo Roberto Jefferson aviva temores de que haja uma reação violenta de apoiadores do presidente em caso de vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Essa questão política descolou a Bolsa lá de fora, com queda de Petrobras e Banco do Brasil, e bateu também no câmbio. Esse caso do Roberto Jefferson provoca ruído e faz o mercado entender que Bolsonaro pode ter dificuldades na reta final da campanha”, afirma o diretor de produtos da Venice Investimentos, André Rolha. “Temos também uma questão técnica. O real e a bolsa tinham andando bastante, com o dólar beliscando R$ 5,15. Havia espaço para um ajuste”.

Em relação a divisas fortes, o dólar teve um comportamento misto: leve baixa em relação ao euro e alta na comparação com o iene, apesar de rumores de intervenção do Banco do Japão (BoJ), e a libra esterlina. Os efeitos positivos da ascensão do ex-ministro de Finanças Rishi Sunak ao cargo de primeiro-ministro, que deve ser confirmada amanhã, já teriam sido embutidos nos preços. Dado esse jogo de forças, o índice DXY operou a maior parte do dia em leve queda, no limiar dos 112,000 pontos

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