A ideia de que um cenário de ampliação de gastos trará crescimento pode ter um resultado oposto em um ambiente de desorganização fiscal, afirmou nesta quinta-feira (17) a economista-chefe do Credit Suisse no Brasil, Solange Srour.
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“Com o andar da carruagem que estamos e com mais medidas sendo aprovadas nessa direção, podemos entrar em um cenário de recessão”, disse a economista, durante a premiação Finanças Mais, em referência à PEC de Transição.
Srour afirmou que não está otimista com o cenário econômico brasileiro em 2023. “Mesmo antes da transição, já enfrentaríamos um cenário de crescimento mais complexo por conta do cenário internacional”, pontuou.
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Para a economista, a perspectiva de aperto das condições torna ainda mais difícil atingir o crescimento previsto pelo Focus para o Produto Interno Bruto (PIB) – de 0,70% de acordo com o último levantamento, no dia 14.
“Por mais que as medidas de estímulo fiscal à primeira vista gerem expectativa de mais renda, de que o aumento do salário mínimo é bom para o consumo, acho que isso não vai acontecer porque será balanceado pelo aperto das condições financeiras e pelas incertezas dos empresários e dos próprios consumidores.”
Srour, por ora, prevê crescimento de 0,9% para o PIB em 2023, a projeção, porém, tem viés de baixa caso o governo “não volte atrás e não tente trazer de volta alguma âncora fiscal.”