O Banco Central Europeu (BCE) precisará subir os juros a 4,25% até o segundo trimestre de 2023, de 1,5% atualmente, para controlar a inflação de forma sustentada, garantir que as perspectiva para os juros reais se tornem positivas e reverter a desancoragem das expectativas de inflação, alerta a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico em seu relatório de Perspectiva Econômica Global, divulgado nesta terça-feira (22).
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O aperto monetário projetado pela entidade deve exigir um período de crescimento da economia abaixo da tendência na zona do euro, conforme o relatório. A região enfrentará uma desaceleração econômica mais pronunciada e uma inflação mais persistente por conta dos impactos diretos da guerra na Ucrânia sobre os preços de energia.
“Os salários reais estão caindo em muitos países, reduzindo o poder de compra”, disse o economista-chefe interino da OCDE, Álvaro Pereira. “Se a inflação não for contida, esses problemas só vão piorar. Portanto, combater a inflação tem que ser nossa principal prioridade política agora”, avaliou.
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A projeção da OCDE para o juro básico na zona do euro supera a de entidades do mercado, como o BNP Paribas, que projeta pico do juro de 3% na zona do euro. “A inflação continuará alta e o BCE terá que agir com mais força”, prevê Pereira.
O economista ainda avalia que a Europa precisa de juros maiores para dar apoio ao euro ante o dólar e prevenir um aumento maior dos preços dos bens e serviços importados devido à desvalorização da moeda comum.
*Com informações de Dow Jones Newswires