Investimentos

Inflação volta a subir e há uma classe de fundos que pode se beneficiar

Veja o ranking dos mais rentáveis com base na expectativa positiva de retorno do IPCA nos próximos meses

Inflação volta a subir e há uma classe de fundos que pode se beneficiar
Os fundos de papel passaram a representar aproximadamente 44% do Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (IFIX) neste ano (Fonte: Pixabay)
  • Após uma sequência de três meses de deflação, o IPCA voltou a subir. No ano, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo acumula aumento de 4,70%
  • Com a retomada, uma classe de ativos - que passou por aperto nos últimos meses, principalmente no pagamento de dividendos - pode voltar aos holofotes: os fundos de papel

Após uma sequência de três meses de deflação – queda generalizada dos preços de produtos e serviços em um determinado período –, o IPCA voltou a subir, o que impactou as expectativas dos especialistas sobre o futuro da economia brasileira e os investimentos.

Nos últimos boletins do Focus do Banco Central, por exemplo, os economistas apontaram para um aumento inflacionário de 1,86% em 2022. No ano, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo acumula aumento de 4,70% e de 6,47% nos últimos 12 meses.

Com a retomada, uma classe de ativos – que passou por aperto nos últimos meses, principalmente no pagamento de dividendos – pode voltar aos holofotes: os fundos de papel.

Publicidade

Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos

“Com base na expectativa positiva de retorno do IPCA nos próximos meses, acreditamos que o pior tenha passado para os fundos de papel”, diz Fernando Siqueira, Head de research da Guide.

A deflação entre julho e setembro ocorreu pelo corte de ICMS em 20 Estados e as alíquotas de Cide-Combustíveis e Programa de Integração Social e Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (PIS/Cofins), reduzidas a zero.

No entanto, Ricardo Macedo, economista e professor da Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), diz que a alta dos preços foi retomada em função do final de ano, em referência ao período que concentra Black Friday (última sexta-feira de novembro), Natal e o ano-novo – períodos em que as pessoas tendem a consumir mais. Além do impacto do corte de impostos que se tornou mais diluído com o passar o tempo.

Dessa forma, Caio Araújo, analista da Empiricus, afirma que o retorno da inflação acima do esperado pelo mercado pode reduzir a pressão que os CRIs (Certificado de Recebíveis Imobiliários) sofreram nos últimos meses. “É questão de tempo para existir uma apreciação [desses tipos investimentos] e dos dividendos”. Em tempo: todo fundo de CRI é classificado como fundo de papel.

Publicidade

Ele explica também que há um “delay” nos fundos em relação à inflação. Em novembro deste ano, por exemplo, os investimentos foram impactados pelos dados de setembro (ainda em deflação). Ou seja, os fundos de papel serão impactados positivamente com a retomada da inflação somente em dezembro, já que estarão atrelados aos dados de outubro (quando o IPCA subiu 0,59%).

Vale ressaltar que os fundos de papel passaram a representar aproximadamente 44% do Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (IFIX) neste ano, praticamente o dobro do seu peso no índice em relação a 2019.

Guilherme Palma, especialista em fundos imobiliários da Manchester Investimentos, também ressaltou que a volta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve elevar os níveis de gastos públicos, “o que levará a um IPCA estruturalmente mais elevado [impulsionando os fundos de papel]”.

Durante a campanha, Lula prometeu a manutenção dos R$ 600 do Auxílio Brasil e a oferta de R$ 150 para famílias com crianças de até seis anos, além do aumento no salário mínimo em 1,3% acima da inflação. O primeiro projeto trará um gasto médio de R$ 52 bilhões no orçamento, o segundo de R$ 18 bilhões e o terceiro de R$ 6,2 bilhões.

Baseado nas projeções futuras, Siqueira, da Guide, enxerga com mais otimismo o futuro dos fundos de papel, principalmente os high yield (alto rendimento).

Publicidade

Ele aponta alguns ativos como favoritos em função das quedas recentes e potencial de retorno no curto-prazo. São eles: VBI CRI (CVBI11); RBR Rendimento High Grade (RBRR11); Barigui Rendimentos Imobiliários (BARI11); e Urca Prime Renda (URPR11).

Veja a rentabilidade dos fundos de papel high yield entre junho, quando o Brasil entrou em deflação, até novembro:

 

Informe seu e-mail

Faça com que esse conteúdo ajude mais investidores. Compartilhe com os seus contatos