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Ibovespa cai 0,65%, aos 109 mil pontos, em sessão volátil

Índice teve mínima de 107.867,47, no fim da tarde, e máxima de 110.223,73 pontos no dia

Ibovespa cai 0,65%, aos 109 mil pontos, em sessão volátil
Ibovespa. Foto: REUTERS/Paulo Whitaker

Após ter renovado no começo da tarde mínimas do dia, o Ibovespa chegou a limitar perda em boa parte da etapa vespertina, mas piorou – e voltou a ‘melhorar’ – em direção à reta final da sessão, após a volatilidade produzida pela notícia de que o PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, ingressou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com uma contestação parcial do resultado do pleito de outubro. O grau negativo do índice ao longo do dia o desgarrou da sessão positiva em Nova York, como mais cedo também na Europa. Em NY, os ganhos ficaram entre 1,18% (Dow Jones) e 1,36% (S&P 500 e Nasdaq) nesta terça-feira, véspera de divulgação da ata da mais recente reunião de política monetária do Federal Reserve, momento em que os investidores costumam se mostrar um pouco mais avessos a risco, no exterior.

Aqui, o Ibovespa fechou o dia em baixa de 0,65%, aos 109.036,54 pontos, entre mínima de 107.867,47, do fim da tarde, e máxima de 110.223,73 pontos, saindo de abertura aos 109.749,71 pontos. Na B3, prevalecia desde mais cedo o ajuste nas ações de Petrobras (no fechamento, ON +0,15%, na máxima da sessão; PN -0,81%), mesmo com o dia de recuperação parcial para o petróleo, interrompendo sequência negativa para os preços da commodity. Até o começo da tarde, a correção nas ações da estatal variava entre as faixas de 4% e 5%, pressionando então o Ibovespa quase com exclusividade. Depois, a imersão dos grandes bancos no negativo (Itaú PN -1,65%, BB ON -1,30%) deu impulso adicional ao índice, mais para baixo.

Na ponta de perdas do Ibovespa na sessão, destaque para Azul (-4,87%), Arezzo (também -4,87%), Soma (-4,22%), Gol (-4,04%) e Americanas (-3,80%). Na face oposta, as siderúrgicas Usiminas (+3,92%), CSN (+3,52%) e Gerdau (PN +3,34%). Vale ON virou perto do fechamento e encerrou o dia em leve alta de 0,28%.

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Na semana, o Ibovespa limita agora o ganho a 0,15%, após ter subido ontem 0,81% e interrompido então série de três perdas que o colocou – e o mantém ainda agora – em torno dos menores níveis de encerramento desde 29 de setembro. No mês, o índice da B3 recua 6,03%, restringindo o avanço do ano a 4,02%. Após ter se mostrado reforçado desde o mais recente vencimento de opções sobre o Ibovespa, na quarta-feira passada, o giro financeiro foi moderado hoje a R$ 32,5 bilhões.

A representação ao TSE movida pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, pede a anulação de votos em modelos de urnas UE2009, UE2010, UE2011, UE2013 e UE2015, com a alegação de que houve “desconformidades irreparáveis de mau funcionamento” nesses modelos.

Além do ruído político do fim da tarde, mais cedo o desgarramento do mercado local ante o bom humor externo refletia, em especial, o mau desempenho das ações da Petrobras. O Itaú BBA projetou, em relatório a investidores nesta semana, que alterações na política de preços de combustíveis pela Petrobras podem levar a uma depreciação ainda maior das ações da companhia e provocar a queda do retorno sobre capital investido, dos atuais 10% para menos de 5%, no longo prazo. Em outro desdobramento ruim para a precificação das ações, o UBS BB rebaixou hoje a recomendação da PN da Petrobras, de ‘compra’ para ‘venda’, além de ter cortado o preço-alvo, de R$ 47 para R$ 22.

Os analistas do UBS BB mencionaram falta de clareza sobre o futuro da empresa no novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e citaram três fatores que devem impactar o valor de mercado da estatal: provável fim do PPI (preço de paridade internacional), volta de grandes investimentos e aumento de despesas gerais.

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Para além de questões circunscritas à gestão da estatal, o descolamento do Ibovespa do tom positivo visto nesta terça-feira nos mercados do exterior reflete ainda a incerteza sobre a condução da política fiscal no futuro governo.

“Tem havido demora na definição da PEC da Transição. E quanto maior a demora, maior a chance de mudança insatisfatória para o futuro governo, a partir do Congresso que, por sinal, se mostrará ainda mais fortalecido (na próxima legislatura) na relação com o Executivo. Há muita incerteza, com efeito direto sobre a curva de juros e, por consequência, na Bolsa”, diz Felipe Cima, operador de renda variável da Manchester Investimentos, que considera que a definição do futuro comandante da Economia deve vir apenas depois da passagem da PEC, em meados de dezembro.

Relato, desmentido por integrantes da equipe de transição, de que o ex-ministro da Educação Fernando Haddad, ainda cotado para a Fazenda, estaria sendo ouvido em questões econômicas, entre as quais a própria PEC, não contribuiu para melhorar muito o humor do mercado ao longo da tarde, que desde a definição do segundo turno, em 30 de outubro, tem trocado o entusiasmo inicial pela “solução” Henrique Meirelles por crescente receio de que o nome a ser escolhido não será técnico, mas político, e com muita proximidade ao presidente eleito.

“O investidor estrangeiro já vinha se reposicionado a Brasil ao longo do ano, com os múltiplos atrativos por aqui na comparação com países semelhantes – lembrando também que o BC começou a fazer muito antes o ajuste da política monetária, com atratividade nos juros reais. Ficamos baratos, e nossa Bolsa não andou com esse processo eleitoral”, diz Rodrigo Marcatti, economista e CEO da Veedha Investimentos.

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“O número de incertezas diminui com o passar desse período, mas ainda há alguma insegurança quanto à previsibilidade do projeto fiscal. A hora que isso de fato passar, deve destravar uma janela maior para investimento no Brasil. Estamos crescendo e em final de ciclo de alta de juros, ante um mundo com chance de recessão”, acrescenta Marcatti, observando que, por um lado, a atratividade do mercado brasileiro tende a ser reforçada, sob o futuro governo, na medida em que o Brasil pode voltar a ser uma opção para fundos que priorizam critérios ESG (sigla para regras ambientais, sociais e de governança), beneficiando o fluxo de capitais para o País, inclusive de longo prazo, a partir do próximo ano.

“Num primeiro instante, logo após a eleição de Lula em uma frente ampla, com vários apoios inéditos (até de economistas liberais), houve realmente um viés positivo de curtíssimo prazo, com entrada de recursos em Bolsa e via câmbio, um fortalecimento dos ativos brasileiros em geral”, observa Nicola Tingas, economista-chefe da Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento).

“Depois veio a incerteza, com críticas de Lula aos limites de gastos e a defesa da prioridade ao social”, acrescenta o economista, que ainda espera um perfil “moderado” para a futura equipe econômica, que atenda a um critério mínimo de “estabilidade e consistência”.

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