- A companhia tem vivido um bom ano apesar da pandemia. Prova disso é o bom desempenho na B3
- Parte deste otimismo vem da recente reestruturação financeira que a empresa tem passado, possibilitada pela entrada de R$4,85 bilhões, captados no follow on do último dia 15 de junho
- analista Henrique Esteter, da Guide Investimentos, é otimista em relação ao bom momento da companhia. Para ele, que recomenda compra do papel, ainda existe espaço de crescimento no valor das ações
- Já o analista Rodrigo Wainberg, analista da Suno Research, é mais cauteloso e aguarda resultados mais concretos para recomendar compra do papel da Via Varejo
Uma das ações que tem atraído a atenção de investidores é a da Via Varejo (VVAR3). A companhia tem vivido um bom ano apesar da pandemia. Prova disso é o bom desempenho na B3. Nesta segunda-feira (6), o papel foi cotado em R$ 15,92. Um ano antes, ele custava R$ 6,35. Ou seja, houve neste período uma alta de mais de 150%.
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Parte deste otimismo vem da recente reestruturação financeira que a empresa tem passado, impulsionada pela entrada de R$4,85 bilhões, captados no follow on do último dia 15 de junho.
Com as lojas fechadas devido ao confinamento social, a varejista precisou concentrar esforços no e-commerce, avançando na disputa por este mercado com outras gigantes, como Magazine Luiza (MGLU3) e B2W (BTOW3).
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Mas é possível dizer até quando os bons ventos devem soprar? Há ainda espaço para mais valorização? Nossos leitores escolheram a Via Varejo (VVAR3) para uma análise no E-Investidor, através de uma enquete no Twitter, e nós fomos atrás dessas respostas, que variaram bastante entre especialistas consultados.
Via Varejo (VVAR3), Cyrela (CYRE3), Gerdau (GGBR4) e IRB Brasil (IRBR3) ficaram entre os destaques da semana na Bolsa. Sobre qual delas você quer ler uma análise no E-Investidor?
— E-Investidor (@EInvestidor) July 4, 2020
Otimismo x Cautela
O analista Henrique Esteter, da Guide Investimentos, é otimista em relação ao bom momento da companhia. Para o especialista, que recomenda a compra do papel, ainda existe espaço de crescimento das ações.
“A companhia chegou até este patamar de R$ 15 com a situação financeira complicada. Agora, com a situação mais atrativa, e podendo aproveitar desse mercado inexplorado pela grande maioria das companhias, tem espaço, sim, para seguir numa toada de alta”, analisa Esteter. Contudo, ele lembra que o ritmo de alta não será o mesmo dos últimos meses: “Não é normal um papel subir 200%, 300%. Mas a tendência é positiva para ir se valorizando com o passar do tempo”.
Já o analista Rodrigo Wainberg, analista da Suno Research, é mais cauteloso e aguarda resultados mais concretos para recomendar compra do papel da Via Varejo. A forte concorrência pode ser um fator limitante para os planos da empresa, na visão do analista.
“Ainda acho uma aposta um pouco arriscada. A ideia de que ela vai ser a próxima Magazine Luiza ainda está muito na cabeça do investidor. Mas não necessariamente ela vai conseguir replicar o mesmo desempenho”, acredita Wainberg.
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O analista ressalta que é um momento de aumento da competitividade do setor, lembrando ainda que a Amazon está investindo no mercado brasileiro. “Sei que é um caso de bastante expectativa de crescimento, mas olhando em termos de lucro, ainda não se justifica. Por isso eu prefiro ficar de fora.”
Quais os desafios no segundo semestre?
Apesar de não recomendar compra, Wainberg reconhece as medidas tomadas pela nova gestão da empresa, que geraram, por exemplo, um salto no número de novos usuários nas plataformas digitais. Mas ele pondera que ainda é preciso ver se a empresa entregará o que tem prometido. Para ele, a abertura de lojas físicas pode trazer impacto para as vendas no ambiente digital.
“Acho que tem que esperar essa metade do ano (para ver o resultado). Porque agora a maioria das lojas estão abrindo, as pessoas estão voltando a comprar, então vamos ver quão de fato eram reais aquelas novas vendas”, afirma Wainberg.
Ana Paula Tozzi, CEO da AGR Consultores, avalia que os riscos da companhia estão ligados à entrega de resultados. E a concorrência será decisiva para essas metas.
“A Via Varejo tem que esperar que a concorrência também vai fazer investimentos estruturais e em inteligência, para aumentar a competitividade. Então, devemos ter um segundo semestre de concorrência entre esses quatro players. Quem vai sair ganhando é o consumidor”, diz Ana Paula.
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Já Henrique Esteter, analista da Guide, acredita que, por ser pouco explorado, o mercado ainda reserva espaço suficiente para uma disputa com bons resultados para as gigantes do varejo.
“O mercado digital ainda é tão inexplorado que tem espaço para que todas elas cresçam em ritmo forte por um bom tempo. Acho que o risco não é de competição entre elas, mas sim de quem vai se desenvolver e abraçar o mercado mais rápido. E elas estão bem posicionadas para isso”, avalia Henrique.