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- A Via Varejo conseguiu captar R$ 4,45 bilhões, nesta segunda-feira, 15, um êxito na oferta de 297 milhões de ações, precificadas a R$ 15
- A companhia vive um bom momento e o reforço do caixa deve ajudar no processo de reestruturação
- O analista-chefe da Planner, Mario Mariante, reforça que a “transformação digital” anima o mercado porque é um setor que tem muita demanda
Nesta segunda-feira (15), a Via Varejo (VVAR3) conseguiu captar R$ 4,45 bilhões na oferta de 297 milhões de ações, precificadas em R$ 15. Ainda que o preço do papel tenha ficado 4% abaixo do valor de fechamento (R$15,62), o follow on foi considerado um sucesso e atendeu às expectativas do mercado. Segundo o Broadcast, a demanda pelas ações superou em cinco vezes a oferta.
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A companhia vive um bom momento e o reforço do caixa deve ajudar no processo de reestruturação – R$ 2,2 bilhões serão destinados para o aumento de capital social e o mesmo valor para reserva de capital.
O follow on também dá peso novamente ao papel da Via Varejo, que vinha se recuperando do baque causado pela pandemia de coronavírus. De R$ 16,62, em 21 de fevereiro deste ano, as ações despencaram até R$ 4,10, no dia 3 de abril. Nesta terça-feira, o papel da companhia abriu o pregão da B3 em R$ 16,5, e já recebeu oferta máxima de R$ 16,6 até o meio dia.
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“Além da emissão de novas ações ter sido um sucesso, a demanda dos investidores está muito forte”, avalia Lucas Carvalho, analista da Toro Investimentos.
Para o especialista, o bom desempenho da oferta é fruto do recente processo de reestruturação da companhia que tem dado certo, e coloca a varejista entre as “queridinhas” do mercado. “Esse montante de mais de R$ 4 bilhões é o maior volume transacionado desde a pandemia. E o mercado começa a dar um certo equilíbrio de volatilidade”, diz.
Modernização para aumentar competitividade
É consenso que a Via Varejo estava em desvantagem com rivais como Magalu (MGLU3) e B2W (BTOW3), sobretudo pelo atraso no e-commerce. As vendas já vinham ganhando fôlego, mesmo durante a crise, mas a modernização será um dos esforços que a companhia terá pela frente, no sentido de competitividade, com a retomada da economia no País.
“Os recursos levantados vão servir de reforço para a estrutura de capital da empresa. Ela vai ficar com uma posição líquida de caixa, já excluindo o seu endividamento, o que permite maior flexibilidade na gestão de capital de giro e nos assuntos tecnológicos, como o avanço do e-commerce”, diz Carvalho. “Muita água vai rolar, mas, com esses recursos, ela consegue diminuir um pouco o espaço em relação aos pares fortes no e-commerce.”
O analista-chefe da Planner, Mario Mariante, reforça que a “transformação digital” anima o mercado porque é um setor que tem muita demanda.
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“Há uma mudança global importante onde você quer comprar e receber com rapidez. O investidor está vendo uma empresa com esse porte, com 100 milhões de CPFs cadastrados e lojas espalhadas pelo Brasil, investindo forte na tecnologia para ser competitiva em preço”, destaca.
Alta nas ações depende da economia
Mariante, da Planner, explica que, fixado o preço da oferta, é normal haver uma acomodação em seguida. Contudo, a valorização das ações deve acontecer no longo prazo, atrelada a fatores macroeconômicos. “Se o mercado de trabalho no Brasil melhorar com a retomada da economia, este é o setor que vai deslanchar”, afirma.
O sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais, Alvaro Bandeira, acredita que, devido à pandemia, há um “consumo reprimido” que deve dar fôlego às varejistas, mas outros riscos devem ser considerados.
“A situação de um nível de desemprego alto, com as pessoas temendo ficarem desempregadas, vai segurar um pouco o consumo, principalmente de bens de alto valor agregado”.
Bandeira esclarece que, apesar da companhia ter fluxo de recursos, ela precisa ir além e mostrar resultados aos investidores, como expansão nas vendas e do serviço de e-commerce. Isso, aliado à retomada da economia brasileira, pode valorizar os papéis da varejista e atrair investidores que têm buscado sair um pouco da renda fixa – afetada pela baixa taxa de juros – e entrar em fundos ou diretamente em ações.
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“O que faz o mercado de ações e as empresas estarem bem são três coisas: a expectativa econômica positiva, que a gente não tem pelo menos neste final de ano e início do próximo, ter resultados positivos nos balanços das empresas, e fluxo de recurso para o mercado. Dessas três, o que a Via Varejo tem relativamente melhor é fluxo de recursos”, analisa Bandeira.