- Fernando Haddad foi anunciado nesta sexta-feira como o novo ministro da Fazenda a partir de 2023
- Apesar de não agradar o mercado, o nome não causou grandes oscilações na bolsa de valores
- Especialistas explicam que cenário já estava concretizado, enquanto as atenções do dia estão voltadas a outras discussões
Nesta sexta-feira (9), o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva deu início às nomeações da composição ministerial de seu novo governo.
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Do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) de Brasília, sede da transição, Lula anunciou os 5 primeiros nomes sem grandes surpresas: Fernando Haddad, na Fazenda; José Múcio Monteiro, na Defesa; Rui Costa, na Casa Civil; Flávio Dino, na Justiça e Segurança Pública; e Mauro Vieira, nas Relações Exteriores. Veja mais detalhes.
Entre os destaques, está a oficialização de Haddad para o comando da pasta econômica depois de muita especulação. Como adiantamos nesta reportagem, o petista e ex-ministro da Educação era considerado o pior cenário pelo mercado, que esperava um perfil mais técnico. Mas a confirmação não causou grandes impactos na bolsa.
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Às 11h51, logo após as falas de Lula, o Ibovespa registrava alta de 0,99%, aos 108.310,41 pontos.
“O nome do Fernando Haddad já é discutido desde a primeira semana após as eleições, portanto, já houve tempo suficiente para que o mercado precificasse esse anúncio. Nesse contexto, a reação foi contida”, explicam Régis Chinchila e Luis Novaes, equipe de análise da Terra Investimentos.
Nesse contexto, a leve alta do dia está mais ligada a outros fatores. Na manhã desta sexta, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) referentes a novembro: uma alta 0,41%, dentro das estimativas do mercado.
“A indicação de Haddad não tem relação com a bolsa, que está mais relacionada a uma melhora do dólar, principalmente com dados de inflação nos EUA e de IPCA no Brasil, que veio de forma positiva”, destaca Caio Canez de Castro, sócio da GT Capital.
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O que também pode ter contribuído para um pregão mais morno na B3 é a semifinal da Copa do Mundo do Catar, em que Brasil e Croácia se enfrentam desde às 12h para decidir quem avança para a penúltima fase do mundial.
Mesmo que o anúncio de Haddad não tenha gerado grandes movimentos, os próximos passos do novo ministro estarão no radar do mercado. Podendo tanto acalmar os ânimos, como gerar mais volatilidade na bolsa.
“Ainda temos alguns ministérios para serem anunciados com enfoque na economia. Caso esses nomes venham mais alinhados a uma política mais contida de gastos, a contraposição pode ajudar na redução de incerteza e melhora das expectativas para 2023”, pontua Igor Cavaca, head de gestão de investimentos da Warren.