- A invasão ao palácio presidencial, Congresso e Supremo Tribunal Federal (STF) por terroristas bolsonaristas no domingo (8) é a principal pauta do dia no mercado
- Para o banco suíço Julius Baer, o tumulto em Brasília reforça uma incerteza que já vinha acontecendo desde o final das eleições, à medida em que surgiam sinalizações de que apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não aceitariam a derrota nas urnas
- Novos acontecimentos afetar a imagem que investidores estrangeiros têm do Brasil, diz o banco
A invasão ao palácio presidencial, Congresso e Supremo Tribunal Federal (STF) por manifestantes bolsonaristas no domingo (8) é a principal pauta do dia no mercado. Acontecimentos provocados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estão ganhando destaque na cobertura da imprensa internacional. Um cenário que, na visão do Julius Baer, pode afetar a imagem que investidores estrangeiros têm do Brasil.
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Depois de ganhar repercussão internacional, com lideranças globais repudiando os atos de ataque à democracia brasileira, as instituições estrangeiras que investem e têm negócios com o Brasil começam a se posicionar. Para o banco suíço Julius Baer, o tumulto em Brasília reforça uma incerteza que já vinha acontecendo desde o final das eleições à medida em que surgiam sinalizações de que grupos bolsonaristas não aceitariam a derrota nas urnas.
A instituição destacou alguns eventos: bloqueios de rodovias federais, acampamentos em frente a bases do Exército e, mais recentemente, a tentativa de plantar uma bomba no Aeroporto Internacional de Brasília.
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“Os últimos fluxos de ações mostram que os investidores estrangeiros continuam mais otimistas em relação ao mercado brasileiro do que os investidores locais, pois os estrangeiros aumentaram suas posições acionárias, enquanto os locais permaneceram vendedores líquidos e reduziram sua exposição”, pontua Nenad Dinic, estrategista de ações do Julius Baer. “Dada a forte cobertura da mídia internacional sobre os tumultos, esperamos que os investidores estrangeiros reduzam um pouco seu otimismo”, afirma, no entanto.
Ainda que o banco não descarte a possibilidade de novos atentados no País, Dinic acredita que o impacto no mercado deve ser apenas de curto prazo. Passada a turbulência, a expectativa é que os olhares retornem à pauta macroeconômica, com foco na discussão fiscal.
“Aguardamos mais sinais de que o governo conseguirá acalmar as preocupações fiscais do mercado, o que pode levar as ações brasileiras a ganhar impulso positivo devido a valorizações e dividendos atraentes, uma perspectiva de ganhos melhorada com a reabertura da China e um pico no dólar americano”, diz Dinic.