A valorização das commodities e a indicação de abertura no campo positivo das bolsas americanas estimulam alta do Ibovespa nesta segunda-feira (23), após fechar em queda de 0,78% (112.040,64 pontos), na sexta-feira, na contramão de Nova York. Por lá, os índices futuros tE^m ganhos moderados, em dia de agenda esvaziada, mas que tende a ganhar tração ao longo da semana, com divulgação do PIB e balanços nos Estados Unidos. No Brasil, o foco das atenções é o IPCA-15 de janeiro, amanhã, em meio ao avanço das expectativas de inflação, como mostrou a pesquisa semanal Focus hoje.
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Além disso, os desdobramentos do ‘caso Americanas’ segue no radar, após a empresa entrar em recuperação judicial, depois de anunciar rombo bilionário. Espera-se que hoje saia a lista dos credores. Porém, conforme fontes, a empresa pediu extensão de prazo para divulgar a mesma até quarta-feira. As ações de bancos são penalizadas, limitando a alta do índice Bovespa.
O Credit Suisse rebaixa o papel de neutro para underperform (equivalente à venda) do Santander, mencionando uma perspectiva operacional mais desafiadora e uma valorização pouco atraente. Além disso, o Santander anunciou na sexta-feira a renúncia de Sérgio Rial (ex-presidente da Americanas) ao cargo de presidente do conselho de administração do banco, em meio à crise da Americanas, que deixou de ser negociada no Ibovespa a partir de hoje.
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Apesar do fechamento de alguns mercados na Ásia, por conta do feriado de Ano Novo Lunar, os investidores estão animados com a retomada das atividades da China após o período de fechamento por conta das medidas contra a covid-19. “A expectativa de uma reabertura do país mais contundente é o que anima. Por aqui, o cenário político está com pouco menos de ruído”, diz Felipe Moura, sócio e analista da Finacap.
O minério de ferro, por exemplo, não teve negociações em Dalian, na China, mas subiu 0,23% em Cingapura. Já o petróleo tem alta perto de 1% no exterior, ainda sustentados pela expectativa de que a reabertura da China impulsione a demanda pela commodity.
Apesar do clima menos tumultuado na política hoje, Moura ressalta que os investidores seguem atento aos sinais sobre a política fiscal e monetária do Brasil. “Se não tiver uma âncora fiscal, uma regra fiscal, podemos ter um quadro alto de inflação e de juros.”
Por isso, o mercado acompanha, na Argentina, a primeira viagem internacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está acompanhado de ministro, dentre os quais o da Fazenda (Fernando Haddad). Um assunto em foco na visita ao presidente argentino, Alberto Fernández, está o debate sobre a criação de uma moeda comum para transações financeiras e comerciais.
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Como destaca o economista Álvaro Bandeira, os investidores devem aguardar mais informações do governo a respeito de medidas para controlar o déficit fiscal e em relação à proposta de reforma tributária. Em sua visão, o Ibovespa só deve definir um rumo quando ir para perto do nível dos 114 mil pontos, especificamente dos 113.800 pontos.
Em entrevista exclusiva ao Broadcast, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, disse que o custo da dívida pública deve entrar em trajetória decadente e ficar abaixo do nível anterior à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Kamikaze assim que o novo arcabouço fiscal e o projeto de reforma tributária estiverem encaminhados. “É uma boa sinalização, mas de longo prazo”, diz o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus.
Às 11h16, o Ibovespa subia 0,40%, aos 112.491,60 pontos. Petrobrás tinha alta de 1,52% (PN) e de 1,84% (ON), enquanto Vale ON avançava 0,19%. Entre os grandes bancos, Unit de Santander caía 2,91%. A exceção era Banco do Brasil ON, com alta de 2,12%, após a notícia de que Marco Geovanne da Silva foi indicado a CFO da instituição.