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- A gestora detinha cerca de US$ 104 milhões em notas do conglomerado indiano
- A fortuna de Adani caiu mais de US$ 57 bilhões na esteira do relatório da Hindenburg
A BlackRock, maior gestora de investimentos do mundo, é uma das mais de 200 instituições financeiras expostas aos US$ 8 bilhões em títulos do Adani Group, empresa do bilionário indiano Gautam Adani, que despencaram com as alegações de fraude da Hindenburg Research. A gestora detinha cerca de US$ 104 milhões em notas do conglomerado indiano, uma das maiores participações, de acordo com dados compilados pela Bloomberg com base nos relatórios ao mercado mais recentes.
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Adani, no ano passado, se tornou o segundo homem mais rico do mundo com um patrimônio de US$ 147 bilhões. Hoje, ele não se encontra fora do top 10 após sua fortuna cair mais de US$ 57 bilhões após a revelação das suspeitas. A longa lista de fundos que tinham dívidas do Adani Group mostra a demanda que existia para investir no conglomerado, antes da Hindenburg desencadear o colapso de suas ações e títulos.
A gestora norte-americana de investimentos Lord Abbett & Co. e a Teachers Insurance & Annuity Association of America – provedora de serviços financeiros e seguros para funcionários da acadêmicos e das áreas de medicina, pesquisa e governo – também apresentavam participações no Adani Group, com US$ 101 milhões e US$ 77 milhões, respectivamente, de acordo com os relatórios.
Entenda o caso
As empresas controladas pelo Audani Group perderam mais de US$ 108 bilhões em uma semana, em uma das maiores ondas vendedoras na história da Índia. O derretimento nas contas da empresa decorre de um relatório da Hindenburg Research, empresa de investimentos conhecida por suas posições vendidas, que acusou o conglomerado de participar de um esquema de manipulação de ações e fraude contábil ao longo de décadas.
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A investigação realizada pela Hindenburg durou dois anos e constatou que sete empresas do conglomerado, o segundo maior da Índia, apresentam uma supervalorização de 85%, sendo que a alavancagem (uso de recursos para além do que há disponível) das companhias é perigosa para seus credores. De acordo com o relatório, no passado, membros do Adani Group chegaram a violar compromissos e obrigações financeiras, segundo informações coletadas em registros regulatórios.
A Hindenburg detalhou ainda uma série de organizações offshore (no exterior) pertencentes à família Adani em paraísos fiscais, como Caribe, Ilhas Maurício e Emirados Árabes Unidos. Os negócios de fachada teriam sido usados para facilitar o desvio de dinheiro das empresas integrantes do conglomerado.
Em resposta, o Adani Group afirmou que o relatório da empresa de pesquisa foi malicioso e propagou desinformações, sendo motivado por interesses ocultos. “Isso está repleto de conflitos de interesse e destina-se apenas a criar um falso mercado de valores mobiliários para permitir que Hindenburg, um vendedor a descoberto admitido, reserve grandes ganhos financeiros por meios ilícitos à custa de inúmeros investidores”, afirma.