- Investidores têm preferido agir com cautela e estão se comportando de maneira mais conservadora
- A expectativa é que o Ibovespa termine o ano sem grande valorização, e quem investe em ações tem apostado em empresas mais previsíveis após o evento Americanas (AMER3)
- Com a Selic em alta, a curto prazo muitos investidores têm aproveitado a renda fixa
O Ibovespa que não sobe, problemas em operações de crédito, fundos imobiliários mais voláteis que o normal e por aí vai. Este tem sido o início do ano dos investidores aqui no Brasil. Mas onde eles estão alocando neste momento? Quais são as expectativas principais?
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Em recente pesquisa realizada pela SaraInvest e outros parceiros, buscamos entender melhor o momento do investidor brasileiro.
Em resumo, o recado de curto prazo é: Não arriscar. Por isso, os investidores têm preferido aumentar a cautela em seus portfólios de investimentos. O caixa (pós-fixado, por exemplo) segue perto das máximas históricas, reforçando o nível de conservadorismo. Para quem investe em Bolsa, os níveis de proteção estão acima da média e a tomada de risco adicional tem sido baixa.
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Já a expectativa para o Ibovespa segue estável em torno de 110 mil 130 mil pontos no final do ano. Ou seja, os mais conservadores acreditam que o Ibovespa não tem potencial de valorização algum daqui até o final do ano, e os mais otimistas acreditam que tenha cerca de 18% de potencial, talvez não justificando a troca das posições mais conservadoras, por ora.
Talvez o arcabouço fiscal que será apresentado agora no mês de março traga uma maior probabilidade se estaremos no final do ano mais próximos dos 130 mil pontos ou dos 110 mil pontos.
Já para a Selic não há de certa forma um consenso, mas o meio termo é a taxa básica de juros entre 13-13,50% no final do ano, com cortes a partir do 4º trimestre deste ano. Por isso, operações de renda fixa, como por exemplo renda fixa digital que tem entregue até 18% ao ano de retorno, tem sido a preferência dos investidores no curto prazo.
Já para quem investe em ações, a preferência tem sido o “Quality”, principalmente após o evento “Americanas (AMER3)” e outros casos críticos no segmento de crédito. “Qualidade” pode ser entendido como empresas um pouco mais caras em termos de múltiplos, mas muito mais previsíveis, muitas vezes líderes em seus mercados.
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Os investidores estão passando talvez por uma crise de identidade, reconhecendo riscos onde parecia não haver. E a solução, pelo menos de curto prazo, é sermos mais conservadores.