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Perguntas frequentes

Depois de revelar as inconsistências contábeis de R$ 20 bilhões nos balanços, a Americanas declarou dívidas totais de R$ 41 bilhões à justiça em 25 de janeiro, no âmbito do processo de recuperação judicial. Entretanto, depois de atualizar a lista de credores na última sexta-feira (11), esse número subiu para R$ 42,5 bilhões.

O descasamento viria de operações de risco-sacado (adiantamento a fornecedores por meio de empréstimos feitos pela Americanas com bancos ou FIDCs) não registradas ou registradas incorretamente. De acordo com Rial, a “problema” estaria ocorrendo há pelo menos sete anos.

Também conhecido como "forfait", trata-se de uma operação em que uma empresa recebe os produtos ou serviços de um fornecedor de forma antecipada ao pagamento. Segundo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), nessa modalidade de antecipação de recebíveis a companhia vendedora emite uma fatura que contempla o prazo a ser financiado pelo banco, porém não reconhece em sua contabilidade a venda pelo valor presente. Com isso, consegue apresentar um Ebitda maior.

A Americanas declara ter cerca de 9,6 mil credores. Somente para os credores da Classe III, que inclui bancos e fornecedores, a varejista deve R$ 42,3 bilhões.

Juntas, as dívidas da empresa com Bradesco (BBDC4), BTG (BPAC11), Banco do Brasil (BBAS3) e Santander (SANB11) somam R$ 15,2 bilhões. Já nos resultados do 4° trimestre, essas instituições financeiras provisionaram mais de R$ 9 bilhões para lidar com uma possível inadimplência da companhia.

A 3G Capital é uma empresa de private equity fundada pelos bilionários brasileiros Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles. Juntos, eles também são os acionistas controladores de diversas empresas, como a Americanas e a Ambev. A 3G Capital, no entanto, não investe ou está afiliada de forma alguma à varejista.

Quem tinha as ações AMER3 na carteira viu o patrimônio dissolver de R$ 12 para menos de R$ 1. Neste patamar, a empresa deixou a composição do índice Ibovespa no dia 20 de janeiro de 2023. Enquanto a companhia estiver em recuperação judicial, as chances de reaver os valores investidos são pequenas. Alguns investidores já entraram com processos, via arbitragem e via ação civil pública, para tentar algum tipo de indenização ou ressarcimento.