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Comportamento

‘Assessores têm preparo para fazer muito mais’, diz Ancord

Nova regra da CVM permite que assessores recomendem investimentos

‘Assessores têm preparo para fazer muito mais’, diz Ancord
Foto: Envato Elements
  • Agora, assessores de investimentos poderão prestar atividades de suporte, orientação e recomendações de investimento inerentes à relação comercial com os clientes
  • A nova regra foi publicada pela CVM no mês passado e foi bem recebida por Carlos Arnaldo Borges de Souza, presidente do conselho da administração da Ancord
  • “Seis ou sete anos atrás a gente já questionava muito a questão da exclusividade e o escopo do trabalho muito estreito, sendo que a gente os prepara. Eles estudam e têm bagagem para fazer muito mais”, afirmou Souza, em entrevista ao Broadcast Investimentos

A nova regra para os assessores de investimentos, publicada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no mês passado, esclareceu que as atribuições dos profissionais desse segmento incluem “atividades de suporte, orientação e recomendações de investimento inerentes à relação comercial com os clientes”. Antes, a recomendação de produtos não era prevista.

Essa atualização foi bem recebida por Carlos Arnaldo Borges de Souza, presidente do conselho da administração da Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias (Ancord), que avalia que os “assessores de investimentos têm preparo para fazer muito mais”.

“Seis ou sete anos atrás a gente já questionava muito a questão da exclusividade e o escopo do trabalho muito estreito, sendo que a gente os prepara. Eles estudam e têm bagagem para fazer muito mais”, afirmou Souza, em entrevista ao Broadcast Investimentos. “A Ancord tem uma posição histórica e formal de empoderar o assessor com mais atividades, com um pouco menos de engessamento na questão societária, para permitir arranjos em que ele possa crescer com responsabilidade e com qualidade”, acrescentou.

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A Ancord é a responsável pelo credenciamento dos assessores. Levantamento de janeiro da entidade mostra haver 22.328 assessores credenciados, sendo que desses, 17.470 estão vinculados a plataformas. Além do credenciamento, a Ancord promove cursos de educação à distância (EaD) e tem o Programa de Educação Continuada – conhecido como “PEC”, regulamentado na CVM e criado para que os assessores possam pontuar e manter a certificação. São 517 cursos oferecidos, 29 entidades parceiras e, das mais de 4.900 horas de conteúdo disponíveis, cerca de 2.300 são de conteúdo gratuito.

Ano pode ser de crescimento menos acelerado

O presidente do conselho de administração da Ancord avalia que 2022 foi “um ano muito bom, com crescimento de inscrições e aprovações” de novos assessores de investimentos. Para Souza, só não foi melhor devido à “instabilidade política”, em ano de eleições presidenciais, e da taxa básica de juros elevada, o que torna a renda fixa mais atrativa e eventualmente desacelera as atividades do assessor.

“Ainda temos um rescaldo dessa instabilidade política, mas para 2023 a gente acredita que os números vão continuar aquecidos”, afirmou. Mas ele fez uma ressalva: “O mercado tem seus ajustes do crescimento muito forte da profissão nos últimos anos. Deve haver um ajuste natural neste começo de ano, pois algumas instituições importantes estão ‘fazendo sua lição de casa’, mas a gente acredita que a procura continuará muito forte”, acrescentou.

Se algumas instituições diminuíram a contratação de assessores ou até fizeram cortes nas equipes para alinhar à demanda, há alguns mercados onde o segmento tem mais potencial de expansão. A avaliação da Ancord é que a região Nordeste, por exemplo, pode exigir mais mão de obra de assessores no médio e longo prazo dado o crescimento econômico local. Atualmente 7,3% dos assessores do País estão no Nordeste.

No âmbito institucional, Souza disse que 2023 deve ser um ano de continuidade de atuação junto à CVM, de aproximação com o Congresso em temas que interessem à indústria de intermediação e de dedicação ao trabalho educacional proporcionado pela entidade. O planejamento é que eventos, lives e webinars tratem de tópicos como influenciadores digitais, portabilidade de ativos, criptoativos/meios digitais, tokenização de ativos, títulos privados bancários e ESG.

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