- Diante da interferência dos Bancos Centrais para tentar conter a falência de bancos nos EUA e na Europa, o bitcoin se fortalece como opção descentralizada
- Muitos bitcoins foram comprados, mas a criptomoeda foi aposta dos chamados "long time holders", que mantém suas criptomoedas na carteira por bastante tempo
- Adotar o bitcoin como forma de proteger sua carteira em casos de crise permite que o investidor tenha disponibilidade imediata e contínua do capital, além da oportunidade expressiva de valorização
Em janeiro de 2009, o Reino Unido aprovou um segundo pacote de socorro aos bancos, uma notícia que foi imortalizada no bloco gênese do bitcoin, a criptomoeda seminal criada pelo mítico Satoshi Nakamoto.
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Catorze anos depois, em março de 2023, o governo americano socorre o SVB, o “banco das startups”, e pelo menos mais um banco em dificuldades, o Signature Bank. Na Suíça, um enorme problema que atende pelo nome Credit Suisse. Embora não haja uma relação direta entre a crise bancária e o bitcoin, a criptomoeda teve uma expressiva alta superior a 20% em apenas três dias. Em 2023 já acumula ganhos superiores a 45%. Nada mal para um ativo que sofreu com o chamado “bear market” ao longo de 2022.
A atual crise financeira nos bancos americanos, incluindo o SVB, e as intervenções do governo reforçam a relevância da narrativa do Bitcoin como uma alternativa descentralizada a um sistema financeiro opaco e que sofre intervenções excessivas.
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A mão invisível do mercado, que supostamente deveria atuar livremente de modo a premiar os competentes e punir os lenientes, tem sido dirigida por burocratas que, definitivamente, perderam a vergonha de imprimir dinheiro novo sob as mais diversas justificativas. Desta vez, evitar o contágio de outras instituições e a materialização de um risco sistêmico parecem ser motivos suficientes para uma intervenção firme – e multibilionária.
A crise nos bancos americanos e a falta de confiança no sistema financeiro tradicional acabaram por impulsionar a confiança nas criptomoedas. Num primeiro momento, parece ser um movimento puxado por participantes históricos do mercado cripto. Sem dinheiro novo, ao menos por enquanto.
Dados disponíveis publicamente, pela característica de transparência inerente ao próprio bitcoin, mostram que quem está acumulando mais moedas são justamente as carteiras dos chamados “long time holders”, expressão utilizada na indústria para se referir a endereços que não movimentam seus bitcoins há mais de 155 dias.
Contudo, um novo momento positivo para o mundo cripto virá acompanhado, como ocorreu em outros movimentos de alta expressiva, com um enorme fluxo de dinheiro novo. Normalmente uma questão de tempo. Por ora, surge a pergunta: pode ter sido essa crise o gatilho para o início de um novo bull market no mundo das criptomoedas?
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O atual cenário coloca em questão a eficácia das políticas monetárias e fiscais adotadas pelos governos e bancos centrais. Com a expansão dos balanços dos bancos centrais e a impressão de dinheiro desenfreada, a economia global enfrenta desafios significativos, como a inflação e a desvalorização das moedas.
As lições da crise financeira de 2008 e a atual turbulência nos bancos americanos servem como um lembrete contundente da vulnerabilidade do sistema financeiro tradicional. A história tem mostrado que o excesso de intervenção governamental e a dependência de instituições centralizadas podem levar a crises econômicas e desconfiança no sistema.
Fico me perguntando como teria sido o desenrolar da história caso a decisão do último domingo, que foi pelo socorro ao SVB, tivesse sido diferente. Imaginar esse cenário é algo tão distópico que por vezes sinto que nos colocamos em um beco sem saída: bancos quebram e precisam ser socorridos. Faz parte do modelo que criamos.
A ascensão do bitcoin sinaliza uma mudança em direção a um futuro financeiro mais descentralizado e resiliente. Embora ainda existam desafios a serem enfrentados, como a regulação e a volatilidade do mercado, a crescente confiança nas criptomoedas indica que elas estão cada vez mais sendo consideradas como um componente importante e inovador do sistema financeiro global.
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A adoção precoce do bitcoin como parte importante de um portfólio que busca proteger o capital me leva a imaginar os benefícios potenciais dessa estratégia, como a disponibilidade imediata e contínua do capital, além da oportunidade expressiva de valorização. Porém é inegável que avanços tecnológicos e regulatórios são fundamentais para trazer maior conforto para os decisores, em especial tesoureiros, CFOs e diretores financeiros. Além, é claro, dos indivíduos – mas essa decisão é bem mais simples.
No final das contas, uma bela dose de coragem me parece ser suficiente para que se dê o primeiro passo.