- O aumento do preço do petróleo afeta tanto a gasolina quanto o etanol, devido à paridade de preços entre os dois combustíveis
- O cálculo para determinar qual combustível é mais vantajoso leva em consideração o custo total da gasolina em relação ao etanol
- No entanto, o motorista deve considerar fatores como modelo do carro e rotina de viagens ao decidir qual combustível utilizar
A redução da produção de petróleo a partir de maio, conforme determinado pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), deve ter efeito sobre o preço da gasolina e também do etanol. Nesse sentido, a principal dúvida se dá sobre qual deve ficar mais vantajoso para o motorista, o que é possível ser respondido com dicas de analistas.
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O aumento na bomba parece inevitável diante dos novos preços já praticados desde a última segunda-feira (3) nos contratos de petróleo futuro. Enquanto o barril chegou a ser negociado a US$ 70 nas últimas semanas, já está em US$ 80,42 e pode chegar a US$ 100. Isso ocorre pela escassez forçada pela Opep, medida que busca evitar queda dos preços em razão da redução de demanda que vinha sendo observada.
Apesar de o etanol não ser um derivado do petróleo, seu preço acompanha movimentos de alta da commodity. O objetivo é que o litro do etanol não fique muito mais barato do que a gasolina. “Isso poderia causar um excesso de pessoas migrando para abastecer com etanol, o que resultaria em uma crise de desabastecimento”, explica Fabio Louzada, economista, analista CNPI e planejador financeiro CFP.
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No entanto, o aumento dos dois combustíveis não deve se dar exatamente nas mesmas proporções. É o que destaca o head de inovação e portfólio da ValeCard, Brendon Rodrigues. “Normalmente existe uma vantagem de preço periódica entre a utilização de um ou outro a depender do momento, por isso orientamos sempre a realização do cálculo entre custo e consumo”, explica.
Cálculo
Antes de apontar o cálculo que pode responder qual combustível é mais vantajoso, é necessário destacar que o motorista também observe características como modelo do carro e mesmo as condições de uso, já que, por exemplo, um trânsito mais intenso tende a queimar mais combustível em menor quilometragem.
O direcionamento mais conhecido é a relação de 70% do custo total da gasolina em relação ao etanol, já que a gasolina tende a render cerca 30% a mais em termos de quilometragem por litro. “Quando o custo total do etanol for menor que 70% do custo da gasolina é mais vantajoso o seu consumo, e quando o custo for maior que esse valor o uso da gasolina é indicado”, orienta Rodrigues.
O cálculo é simples: considerando então que o etanol deve custar em média cerca de 70% da gasolina, multiplique o preço da gasolina por 70%. “Se no posto a gasolina custa, por exemplo, R$ 5,74, o resultado será R$ 4,02. Se o valor cobrado pelo etanol for mais caro que isso, não vale a pena investir, pois o preço está alto”, detalha Louzada.
Como pode haver oscilações e vantagem entre um e outro, o motorista com um carro flex sai em benefício. Além disso, como lucro extra, o economista Louzada lembra que atualmente esses são os veículos que perdem menos valor ao ser revendidos. “São carros muito procurados justamente por permitir o uso de ambos os combustíveis”, explica.
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