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Ibovespa quebra sequência de altas e fecha abaixo dos 117 mil pontos

As ações da Petrobras (PETR3;PETR4) operaram em queda no dia, em movimento de realização de lucros

Ibovespa quebra sequência de altas e fecha abaixo dos 117 mil pontos
B3 (Foto: Werther Santana/Estadão)
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  • O principal índice da B3 encerrou o pregão em baixa de 0,51%, aos 116.742,71 pontos

O Ibovespa interrompeu a sequência de sete pregões de alta e encerrou a sessão desta terça-feira, 13, em queda de 0,51%, a 116.742,71 pontos, em um movimento de correção após os ganhos recentes. O avanço dos juros futuros levou a quedas das ações ligadas à economia local, enquanto os papéis da Petrobras, negociados “ex-dividendos” a partir de hoje, passaram por uma realização de lucros apesar do avanço dos preços de petróleo.

Esses fatores levaram a referência da B3 a ignorar o sinal positivo de Nova York, onde os pares avançaram até 0,83% (Nasdaq) à véspera da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed). Após dados de inflação em linha com o esperado nos EUA, a ferramenta de monitoramento do CME Group aponta mais de 90% de chance de manutenção dos juros na faixa de 5% a 5,25%, embora o mercado aposte em novo aperto em julho.

Diante dessa perspectiva, a curva dos Treasuries renovou máximas ao longo da sessão e puxou aumentos de 10 a 25 pontos-base nas taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI). Esse movimento estimulou a queda do Ibovespa, liderada por segmentos sensíveis aos juros, como imobiliário (-2,76%), de consumo (-1,85%) e de small caps (-1,95%), que tiveram as maiores perdas do pregão.

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“Sempre que vemos uma alta mais forte dos juros tem um movimento inverso nas ações, e isso é o que aconteceu hoje, além do movimento de realização de preços”, afirma o sócio e analista da Finacap Investimentos Felipe Moura. “Como tivemos sete pregões consecutivos de alta, o que vimos hoje é mais uma realização dos lucros do que uma mudança fundamental.”

Ações de empresas sensíveis à economia doméstica tiveram as maiores perdas da sessão, puxadas por CVC ON (-6,90%), Lojas Renner ON (-5,78%), Méliuz ON (-5,13%), Magazine Luiza ON (-5,05%) e Gol ON (-5,03%). A CVC e a Gol foram prejudicadas também pelo aumento em torno de 3,4% dos contratos futuros de petróleo, refletindo a expectativa por pacotes de estímulo econômico na China.

A alta da commodity, no entanto, não foi suficiente para amparar os papéis da Petrobras, que acabaram a sessão em queda de 0,28% (ON) a 0,55% (PN), já que passaram a ser negociados sem o pagamento de dividendos na sessão de hoje. O resultado ficou descolado de pares como Prio, cujas ações ordinárias avançaram de 3,62%, liderando os ganhos no pregão.

Também entre os destaques positivos, Vale ON encerrou o dia com alta de 1,06%, refletindo o otimismo do mercado após o Banco do Povo da China (PBoC, o banco central chinês) ter anunciado um corte de 0,1 ponto porcentual na sua taxa de recompra reversa de sete dias, uma das taxas de juros do país. Essa medida reforçou a expectativa por uma redução das taxas de referência de empréstimos na próxima terça-feira, 20.

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Além de Prio, completam a lista das cinco maiores altas do dia Embraer ON (2,08%), as Units do Santander Brasil (1,61%), Minerva ON (1,55%) e Marfrig ON (1,24%). Os papéis do Santander acabaram não reagindo à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) contrária aos bancos na ação que discute a incidência de PIS e Cofins sobre receitas financeiras, apesar de analistas do mercado terem considerado que o banco é o mais exposto.

Apesar da queda do Ibovespa nesta sessão, Moura, da Finacap, diz que a perspectiva para a Bolsa brasileira ainda é positiva. “Esse acabou sendo um movimento mais técnico, mas o cenário se mantém, nós tivemos uma mudança na precificação do risco”, afirma. Análise técnica do Itaú BBA mostra que o índice continua em direção aos 121,6 mil pontos no curto prazo, com suporte de 116,2 mil pontos pelo lado da baixa.

Pesquisa do Bank of America (BofA) com 33 gestores de fundos latino-americanos mostrou melhora nas perspectivas para a Bolsa. A proporção dos entrevistados que espera ver o Ibovespa acima dos 120 mil pontos no fim deste ano saltou a 69% em junho, de 27% em maio. Ao todo, 33% esperam uma revisão para cima no lucro das empresas, contra 21% que preveem revisões baixistas – o maior e menor nível desde novembro de 2022.

Nesta sessão, o Ibovespa oscilou entre mínima de 116.363,43 pontos (-0,83%) e máxima de 117.924,06 pontos (0,50%). O giro financeiro atingiu R$ 28,0 bilhões.

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