O petróleo fechou em queda de mais de 1%, acentuando perdas após o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) manter taxas juros, porém sinalizar possibilidade de mais aperto monetário nas próximas decisões de política monetária. Desde mais cedo, entretanto, os contratos mais líquidos já eram pressionados por preocupações com a oferta global do óleo.
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O WTI para julho fechou em queda de 1,66% (US$ 1,15), a US$ 68,27 por barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para agosto recuou 1,47% (US$ 1,09), a US$ 73,20 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
Os contratos mais líquidos do petróleo tiveram pregão marcado por alta volatilidade, intensificando queda na reta final após decisão do Fed. O BC americano manteve as taxas de juros em 5,00% a 5,25%, contudo, deixou em aberto a possibilidade de voltar a apertar a política monetária em julho ou outras decisões futuras. Em gráfico de pontos, divulgado junto com a decisão, nove dirigentes do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) esperam que a faixa de juros esteja entre 5,50% a 5,75% ao fim de 2023.
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Embora tenha começado a manhã com ganhos, a commodity reduziu alta na esteira da divulgação do relatório mensal e semestral da Agência Internacional de Energia (AIE). A instituição projeta que a demanda pelo óleo deve desacelerar nos próximos cinco anos e atingir o pico antes do fim da década, com o aumento no uso de veículos elétricos e migração para energia limpa.
Horas depois, os preços do petróleo se recuperaram e ganharam força, frente à queda na taxa mensal da inflação ao produtor (PPI, na sigla em inglês) dos EUA. Segundo a Pantheon, o PPI mais fraco “inevitavelmente” se traduzirá em pressão de baixa para a inflação ao consumidor dos EUA, o que ampliou expectativas por pausa no aperto monetário do Fed nesta tarde e enfraqueceu o dólar no exterior, beneficiando a atratividade de commodities.
Porém, a divulgação do relatório semanal do Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) dos EUA voltou a pressionar a commodity para baixo, após informar alta robusta nos estoques de petróleo, gasolina e destilados. De acordo com a Kpler, o aumento era “inevitável” devido a forte taxa de utilização das refinarias, porém, os ajustes nas estimativas do DoE de oferta e novas retiradas das Reservas Estratégicas de Petróleo (SPR, na sigla em inglês) contribuíram para o aumento intenso dos estoques.
Ainda no radar sobre oferta, duas fontes informaram à Reuters que conversas entre os governos do Iraque e da Turquia para possível retomada das exportações no oleoduto de Ceyhan devem acontecer neste final de semana ou no início da próxima semana. A retomada das exportações poderia implicar no aumento da oferta global do petróleo, em momento marcado por incertezas de demanda com a desaceleração das principais economias.
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*Com informações da Dow Jones Newswires