O dólar se valorizou ante outras moedas fortes, como iene, euro e libra. A moeda americana foi apoiada por uma revisão do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos no primeiro trimestre, que reforçou expectativa de mais aperto monetário pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Mais cedo, o presidente do Fed, Jerome Powell, falou em evento em Madri, e reafirmou que pode haver mais elevações nos juros neste ano.
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No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 144,82 ienes, o euro recuava a US$ 1,0871 e a libra tinha baixa a US$ 1,2611. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou alta de 0,42%, a 103,342 pontos.
A leitura final mostrou avanço de 2,0% no primeiro trimestre, no PIB anualizado dos EUA, acima da leitura anterior e da previsão dos analistas ouvidos pela FactSet, ambas de 1,3%. Já o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), medida de inflação preferida do Fed, subiu à taxa anualizada de 4,1% no primeiro trimestre, com o núcleo em alta de 4,9%. Na leitura anterior, os avanços haviam sido de 4,2% e 5,0%, respectivamente, com modesta revisão em baixa nos dois casos, portanto.
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A atividade forte e a inflação ainda bastante acima da meta do Fed reforçaram apostas de mais aperto monetário adiante. Nesse contexto, o dólar se fortaleceu após os dados. Houve também queda nos pedidos de auxílio-desemprego na semana, o que para a Oxford Economics aumenta o risco de alta de juros pelo Fed em julho. Ao avaliar o PIB e a inflação, o Citi via maior chance de altas nos juros não apenas em julho, mas também em setembro.
Mais cedo, Powell reafirmou que o Fed deve reagir aos dados, em ambiente de incerteza, mas lembrou que a maioria dos dirigentes prevê “dois ou mais” altas nos juros até o final deste ano. Entre os dirigentes, Raphael Bostic (Atlanta) afirmou que deve haver progresso continuado na inflação, mesmo que o BC americano não suba mais os juros. Bostic defendeu postura cautelosa, para não causar impacto excessivo na atividade, e disse que prefere esperar os efeitos das altas de juros já adotadas. Ele não descartou totalmente novas altas, mas acrescentou que tampouco espera cortes nos juros para 2023 ou 2024.
Entre outras moedas em foco, a coroa sueca bateu mínimas em mais de uma década frente ao euro, após o BC da Suécia elevar juros em 25 pontos-base, a 3,75%. Alguns economistas previam aperto maior, de 50 pontos-base. No horário citado, o dólar avançava a 10,8625 coroas suecas.