Os juros futuros fecharam a quinta-feira em alta. O mercado não compartilhou do bom desempenho visto nos demais segmentos, com as taxas operando para cima majoritariamente na sessão e, nos melhores momentos, chegando no máximo à estabilidade. Nem mesmo o forte recuo nos rendimentos dos Treasuries foi capaz de trazer a curva para baixo, mas contribuiu para controlar a pressão. A explicação passa por questões técnicas e também pelo pouco apelo do noticiário relativo às reformas e agenda esvaziada no Brasil. O leilão de prefixados foi volumoso, bem aceito pelo mercado e com taxas, na maioria, abaixo do consenso.
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A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 12,84% (máxima), de 12,831% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 em 10,85%, também na máxima, de 10,77% ontem. A do DI para janeiro de 2027 subiu a 10,21%, de 10,10%, e a do DI para janeiro de 2029 avançou de 10,41% para 10,51%.
O descolamento dos juros em relação a seus pares já chamava a atenção pela manhã, quando os demais ativos tinham reação positiva ao índice de preços ao produtos (PPI, em inglês) nos Estados Unidos. A inflação no atacado em junho veio abaixo do consenso das estimativas e, juntamente com o alívio visto ontem na inflação ao consumidor, reforçou a percepção de que o Federal Reserve pode optar por encerrar o ciclo de aperto monetário com apenas mais uma elevação nos Fed Funds.
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“O movimento de hoje não tem uma justificativa muito clara, são questões mais técnicas. O mercado já tinha andado bem, os juros eram o ativo que vinha com a melhor performance. Agora parece ser a vez da Bolsa e do câmbio”, disse o estrategista de renda fixa da BGC Liquidez Daniel Leal.
Na mesma linha, o economista-chefe da Terra Investimentos, João Mauricio Rosal, afirma que a trajetória altista das taxas aparentemente não teve apoio em fundamentos, mas não descarta algum desconforto com o comportamento do petróleo que vem subindo nos últimos dias. No Brasil, a Petrobras tem reajustado em baixa os preços da gasolina, limitando o impacto da reoneração tributária sobre o combustível em julho.
Outra questão no radar, diz, é a possibilidade de o governo lançar um programa de desoneração para linha branca. O mercado aguarda os detalhes sobre o eventual pacote, especialmente sobre como será a recomposição de receitas, crucial para as aspirações do arcabouço fiscal.
O Tesouro Nacional foi bem sucedido nas ofertas de prefixados, com os lotes de 7 milhões de Letras do Tesouro Nacional (LTN) e de 3 milhões de Notas do Tesouro Nacional – Série F (NTN-F) sendo integralmente absorvidos. De acordo com a Necton Investimentos, todas as taxas ficaram abaixo do consenso, à exceção da NTN-F 2033, negociada dentro do consenso de mercado. O resultado, na avaliação estrategista de renda fixa da instituição, Fernando Ferez, mostra que o ritmo da rolagem segue alto. Pelo ritmo atual de emissão seria o equivalente a rolar 108% da dívida, o mesmo porcentual da semana passada e acima do de quatro semanas (103%).
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