As operações do programa Desenrola Brasil, iniciado nesta segunda-feira (17), prometem renegociar as dívidas de cerca de 30 milhões de brasileiros.
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As ações de bancos e do varejo podem ser beneficiadas com os consumidores buscando organizar seus débitos. No entanto, esse efeito deve ser tímido.
Segundo Bruno Monsanto, assessor de investimentos e sócio na RJ+ Investimentos, as ações dos bancos que possuem uma carteira de crédito mais voltada para a pessoa física devem ser as primeiras a serem beneficiadas pelo programa, mas ele vê a situação com cautela. “O programa em si não resolve estruturalmente a saúde do mercado de crédito no Brasil”, ressalta Monsanto.
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Renato Chanes, analista de investimentos da Ágora, aponta que o programa deve abranger quase 70 bilhões em dívidas vencidas, mas “apenas” 10 bilhões em dívidas bancárias. Isso poderia elevar o lucro dos bancos em 5%. “Reconhecemos que o programa poderá tirar (marginalmente) algumas famílias da situação de superendividamento, mas dificilmente as colocará em patamar de voltar ao consumo de imediato”.
As varejistas também podem “surfar” os efeitos do programa, à medida que as pessoas retomem o acesso ao crédito e voltem a se organizar financeiramente. “As pessoas que estavam endividadas podem voltar a consumir mais, principalmente de empresas do setor varejista. Ainda assim, é muito cedo para avaliarmos se de fato haverá uma melhora”, ressalta Fabio Louzada, economista, analista CNPI e fundador da Eu me banco.