Um levantamento feito pela Travelex Confidence, empresa especialista em câmbio, mostra que 38% das transações de câmbio realizadas no segundo trimestre do ano foram destinadas a doações, ou não apresentaram contrapartida.
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Durante o período analisado – abril, maio e junho de 2023 -, o Brasil foi favorecido ao apresentar estabilidade econômica (projeção de crescimento no PIB) e, consequentemente, a valorização do real frente ao dólar.
O diretor do grupo, Jorge Abex, diz que “neste cenário de valorização da nossa moeda e queda do dólar, o mercado brasileiro passa a realizar mais operações de câmbio, incluindo o envio de dinheiro para outros países”.
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Essa situação pode ser justificada com a publicação da Nova Lei Cambial (Lei 14.286), que entrou em vigor no dia 31 de dezembro de 2022, contando com importantes mudanças na legislação. Ela impacta agentes financeiros, importadores, exportadores e todas as pessoas físicas e jurídicas que desejam operar em moeda estrangeira. Uma das mudanças diz respeito à Natureza Cambial, com uma classificação mais simplificada para operações de até US$50 mil.
Os códigos cambiais para enquadramento dessas operações foram reduzidos para 8 códigos. O levantamento analisou os 6 principais: doação ou transferências sem contrapartida, transferência entre contas da mesma pessoa natural ou jurídica, compra ou venda de serviço, compra ou venda de mercadoria, viagem internacional e demais (mercado financeiro e de capitais, ações, financiamentos, entre outros).
Considerando esta nova classificação, os dados apontaram que, no segundo trimestre de 2023, as “Doações ou transferências sem contrapartida” assumiram a primeira colocação do ranking. Já as “Transferências entre contas da mesma pessoa natural ou jurídica”, caíram para o segundo lugar do ranking, correspondendo a 36% na média do volume total operado no período.
O relatório também apontou quais são os cinco países que mais receberam dinheiro do Brasil, levando em consideração as duas principais naturezas de operações. Os Estados Unidos estão em primeiro nas duas categorias, seguidos por Portugal – que também se manteve nas duas.
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Veja abaixo o ranking completo do segundo trimestre de 2023:
Naturezas | Representatividade Média do volume operado – 2ºtri/22 | Representatividade Média do volume operado – 2ºtri/23 | Variações 2T22 vs 2T23 |
---|---|---|---|
Doação ou transferências sem contrapartida | 40% | 38% | -1% |
Transferência entre contas da mesma pessoa natural ou jurídica | 35% | 36% | 0,08% |
Demais (mercado financeiro e de captais, ações, financiamentos) | 9% | 12% | 0,35% |
Compra ou venda de serviço | 4% | 9% | 1,17% |
Compra ou venda de mercadoria | 4% | 4% | -4% |
Viagem internacional | 7% | 2% | -67% |
Confira o top 5 de países que mais receberam transferências internacionais, considerando as duas principais naturezas:
Doação ou transferência sem contrapartida
País | Representatividade Média do volume operado – 2ºtri/22 | Representatividade Média do volume operado – 2ºtri/23 | Variações 2T22 vs 2T23 |
---|---|---|---|
Estados Unidos | 29% | 25% | -12% |
Portugal | 16% | 14% | -14% |
Canadá | 13% | 17% | 0,27% |
Itália | 6% | 5% | -24% |
Espanha | 5% | 4% | -25% |
Transferência entre contas da mesma pessoa natural ou jurídica
País | Representatividade Média do volume operado – 2ºtri/22 | Representatividade Média do volume operado – 2ºtri/23 | Variações 2T22 vs 2T23 |
---|---|---|---|
Estados Unidos | 40% | 42% | 0,28% |
Portugal | 24% | 24% | 0,22% |
Reino Unido | 3% | 7% | 1,57% |
Canadá | 5% | 5% | 0,06% |
Espanha | 7% | 4% | -24% |