A BRF (BRFS3) registrou prejuízo líquido de R$ 1,337 bilhão no segundo trimestre de 2023, ampliando o prejuízo líquido contabilizado em igual período do ano passado, de R$ 451 milhões. No primeiro trimestre deste ano, a companhia registrou prejuízo líquido de R$ 1,024 bilhão.
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O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado atingiu R$ 1,006 bilhão no período de abril a junho, 32,7% abaixo do montante de R$ 1,496 bilhão apurado no segundo trimestre de 2022, porém 65,8% superior aos R$ 607 milhões registrados no primeiro trimestre de 2023. A margem Ebitda ajustado foi de 8,2%, abaixo da margem Ebitda ajustado de 11,6% do intervalo correspondente do ano passado, mas avanço de 3,6 pontos porcentuais em comparação aos 4,6% do primeiro trimestre de 2023.
A receita líquida chegou a R$ 12,205 bilhões no segundo trimestre deste ano, 5,7% inferior à de um ano atrás e 7,4% menor do que a do primeiro trimestre de 2023.
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De acordo com a empresa, o prejuízo líquido no último trimestre é explicado, principalmente, pelo resultado operacional “bastante afetado” pelo preço das proteínas, especialmente de frango, que segue em níveis mais baixos em diversas localidades, comprometendo a rentabilidade do portfólio in natura globalmente; pelo impacto da dívida designada como “hedge accounting”; e por despesas financeiras líquidas de R$ 1,099 bilhão.
A companhia informa que adicionou no trimestre 4,5 mil novos clientes e ampliou a presença de promotores nas principais lojas de varejo, o que contribuiu para a expansão do espaço em gôndola e para a maior aderência de preços sugeridos. No mercado internacional, conquistou 15 habilitações para exportações para Ásia (China, Japão e Cingapura), África do Sul e Argentina.
“A melhora dos indicadores operacionais, o bom desempenho da categoria de processados no Brasil e o aumento gradativo dos preços em dólar contribuíram para a recuperação das margens (entre o primeiro e o segundo trimestres de 2023)”, explica a BRF no release de resultados, divulgado ontem (14), depois do fechamento do mercado. A companhia acrescenta que, dentro do seu plano de eficiência BRF+, evoluiu em todas as frentes com uma captura de R$ 540 milhões no segundo trimestre e um total de R$ 1,2 bilhão desde a sua implementação, em setembro de 2022.
No release de resultados, a BRF também informa que concluiu em julho a oferta pública de ações que injetou R$ 5,4 bilhões na empresa, fortalecendo sua estrutura de capital, reduzindo dívidas e a alavancagem. A operação contemplou um novo aporte da Marfrig e a entrada da Salic – The Saudi Agricultural and Livestock Investment Company – e, conforme a companhia, representou o maior follow-on realizado na América Latina neste ano.
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“Seguimos focados em reduzir a dívida líquida e trazer a alavancagem da BRF para níveis adequados”, destacou Fabio Mariano, vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores. Incorporando os recursos provenientes do aumento de capital em julho, a alavancagem pró-forma da BRF é de 2,42 vezes o Ebitda (relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado nos últimos 12 meses). Sem tais recursos, a alavancagem em reais no segundo trimestre foi de 3,5 vezes, ante 2 vezes em igual intervalo do ano passado.