Os juros dos Treasuries avançaram nesta quarta-feira, com a ponta longa nos maiores níveis desde outubro do ano passado, à medida que a ata do Federal Reserve (Fed) e indicadores firmes nos Estados Unidos reforçaram os riscos de que o banco central americano mantenha a postura agressiva contra a inflação.
Leia também
Perto do fechamento das bolsas de Nova York, o retorno da T-note de 2 anos avançava a 4,969%, o da T-note de 10 anos subia a 4,266% e o do T-bond de 30 anos marcava alta a 4,366% – estes dois últimos superaram os maiores níveis deste ano.
Logo pela manhã, o avanço de 1,0% na produção industrial dos EUA em julho ante junho ajudou a reverter a queda que os rendimentos registraram antes. Mais cedo, o Departamento do Comércio americano já havia revelado surpreendente salto das construções de moradias iniciadas.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Segundo o BMO Capital Markets, esses dados contribuíram para a onda de vendas de títulos públicos, ao reforçar “a percepção de que a economia continua em bases sólidas diante de taxas de juros restritivas”.
A solidez da atividade americana, aliás, foi apontada por dirigentes do Fed, segundo a ata divulgada à tarde. A divulgação do documento ampliou o impulso sobre os prêmios da renda fixa, uma vez que destacou os persistentes riscos à inflação, que poderiam justificar mais aperto monetário.
Apesar disso, a Capital Economics acredita que o Fed optará por manter a política monetária inalterada nas próximas decisões. Na visão da consultoria, essa tese foi confirmada pelo trecho da ata que explica que os dirigentes “esperavam que os dados que chegariam nos próximos meses ajudariam a esclarecer até que ponto o processo de desinflação continua e os mercados de produtos e trabalho estão alcançando um melhor equilíbrio entre demanda e oferta”.