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- O Ibovespa hoje caiu 0,53%, aos 114.982,3 pontos e com volume negociado de R$ 27,3 bilhões
- As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Via (VIIA3), São Martinho (SMTO3) e Magazine Luiza (MGLU3)
O Ibovespa fechou em queda nesta quinta-feira (17) pela 13ª vez consecutiva. A principal referência da B3 encerrou o pregão em baixa de 0,53%, aos 114.982,30 pontos e com volume negociado de R$ 27,30 milhões, após oscilar entre máxima a 116.610,49 pontos e mínima a 114.904,67 pontos. Segundo o AE Dados, compilado pelo Broadcast, a sequência de perdas foi a mais longa de que se tem registro no índice, em histórico que retrocede a 1968.
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Para Lucas de Caumont, estrategista de investimentos da Matriz Capital, a sequência de quedas pode ser explicada por uma realização de lucros por parte dos investidores, principalmente estrangeiros, que carregavam posições compradas desde os 100 mil pontos.
“Em algum momento, essa realização haveria de acontecer e o estopim foi o risco de uma recessão global por conta dos desafios da China, que apesar de diversos estímulos econômicos, está com dificuldade em retormar o aquecimento da economia e apresenta uma grande chance de default por parte de grandes construtoras, repetindo o caso da Evergrande”, afirma Caumont.
Já Felipe Moura, sócio e analista de Finacap Investimentos, destaca que o mercado está à espera de algum gatilho mais significativo. Isso porque todo o rali foi alimentado pela expectativa do corte de juros, que se efetivou em agosto, e o mercado agora carece de mais alguma pauta forte para poder voltar a se movimentar.
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“Acredito que os investidores tomaram uma posição mais defensiva nesse momento de maior incerteza. Estamos na temporada de resultados ainda, mas já chegado ao final, e temos muitas empresas com deterioração de resultado, o que já era esperado em função dos juros elevados”, pontua Moura.
A piora do Ibovespa ao longo da sessão também acompanhou o movimento das Bolsas de Nova York, que também fecharam em queda, após abrirem o dia no terreno positivo. Os papéis do setor de consumo e tecnologia foram os que mais caíram no mercado americano, em meio à valorização dos rendimentos dos Treasuries, os títulos públicos dos Estados Unidos.
Principais variações
A virada para baixo das ações da Petrobras (PETR3;PETR4), em meio à maior cautela em Nova York, também pressionou a Bolsa brasileira. A desvalorização dos papéis se destoou do avanço da cotação do petróleo, que encerrou uma sequência de três sessões de queda e fechou em alta nesta quinta.
Por outro lado, as ações da Vale (VALE3) operaram no positivo e chegaram a figurar entre os maiores ganhos do Ibovespa. O movimentou ocorreu com o crescimento das expectativas de estímulos financeiros por parte do governo chinês, após o Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) afirmar estar comprometido em ampliar o apoio à atividade econômica do país.
O dólar e o euro caíram 0,1% e 0,15% frente ao real na sessão, atingindo os R$ 4,98 e R$ 5,42, respectivamente. Em Nova York, S&P 500, Dow Jones e Nasdaq caíram 0,77%, 0,84%, 1,17%, respectivamente.
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As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Via (VIIA3), São Martinho (SMTO3) e Magazine Luiza (MGLU3).
Via (VIIA3): -6,15%, R$ 1,68
O setor varejista recuou em bloco nesta quinta, com destaque para Via como a maior queda. “Como o setor teve forte alta ontem e hoje vemos uma forte alta nos juros futuros por conta do cenário, era de se esperar uma realização de posições nos papéis de varejo”, destaca Caumont.
A Via está em baixa de 22,22% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 30%.
São Martinho (SMTO3): -5,4%, R$ 32,22
Os papéis da São Martinho recuam hoje com JP Morgan, Genial Investimentos e Morgan Stanley liderando a ponta vendedora do papel. Segundo entrevista ao Broadcast do Rodrigo Brolo, sócio da Criteria Investimentos, “aparentemente um fundo estrangeiro está liquidando a posição desde ontem”.
A São Martinho está em baixa de 3,73% no mês. No ano, acumula uma valorização de 25,76%.
Magazine Luiza (MGLU3): -5,05%, R$ 2,82
Assim como Via, o Magazine Luiza também é afetado pela alta dos juros futuros, impulsionados pelos Treasuries, um dia após a publicação da ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed), que apontou os riscos “significativos” no cenário de inflação no País.
*Com Estadão Conteúdo
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