- A BSM Supervisão de Mercado anunciou uma nota de orientação sobre o relacionamento de gestoras e corretoras com influenciadores de investimentos
- Em meio à força das redes sociais, agentes do mercado começaram a olhar com maior atenção para a atuação dos influencers de finanças
- A medida vem na esteira de propostas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) sobre o tema
A BSM Supervisão de Mercado, principal autorreguladora do mercado de capitais brasileiro que integra o grupo da B3, anunciou nesta quarta-feira (6) uma orientação sobre o relacionamento de gestoras e corretoras com influenciadores de investimentos. A medida vem na esteira de propostas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) sobre o tema.
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Em meio à força das redes sociais, agentes do mercado começaram a olhar com maior atenção para a atuação dos influencers na divulgação de conteúdos sobre finanças. Com as novas recomendações, a nota da BSM busca incorporar melhores práticas na contratação desses influenciadores por participantes do mercado, com o objetivo de aumentar a transparência no processo.
Entre as orientações, uma sugere que corretoras e gestoras realizem prévia análise de reputação e de conduta do influencer que pretendem contratar, com o objetivo de identificar eventuais envolvimentos do profissional em práticas irregulares relacionadas aos mercados de capitais e financeiro. Menções do influenciador em notícias relacionadas a infrações ou crimes na área também devem ser analisadas.
A BSM recomenda que os participantes do mercado solicitem informações sobre possíveis vínculos do influencer com emissores de ativos ou com qualquer outro agente financeiro. Essa prática permite evitar eventuais conflitos de interesses entre a atuação dos influenciadores e as atividades de corretoras e gestoras.
Contrato
Outro ponto de destaque abrange a clara divulgação de que existe uma relação contratual onerosa entre as partes, ou seja, um contrato que estabelece benefícios e vantagens a cada envolvido. Essa informação pode ser transmitida por meio de aviso em todas as publicações do influenciador, de forma clara e visível.
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Uma sugestão é incluir nas postagens a expressão “Parceria” juntamente com o nome do participante de mercado. Nos sites das empresas, também vale adicionar uma relação dos influenciadores com os quais elas mantêm contrato ativo.
Corretoras e gestoras devem ainda observar a atuação dos influencers. Falas que indiquem ou sugiram promessas de resultados financeiros irreais ou incompatíveis com a atuação do investidor médio, com o uso de termos como “renda certa”, “ganho certo” “rentabilidade garantida”, precisam ser evitadas.
Um canal de ouvidoria ou denúncia deve ser divulgado publicamente pelos participantes de mercado, para recebimento de informações relacionadas a possíveis irregularidades observadas por investidores no trabalho dos influencers. Ao realizar uma queixa, os clientes podem apresentar links dos conteúdos postados e capturas de tela para demostrar as infrações.
Iniciativas anteriores
Em abril, a CVM publicou um estudo sobre influenciadores digitais e o mercado de capitais, que buscava investigar a possível regulamentação da relação comercial desses profissionais com agentes financeiros. O objetivo da proposta era estender aos influencers as obrigações exigidas aos regulados da CVM. O material recomendava, por exemplo, que o influenciador contratado divulgasse o vínculo contratual ao oferecer conteúdo patrocinado sobre valores mobiliários.
Em maio foi a vez da Anbima abrir uma audiência pública para o debate de regras voltadas aos influencers digitais de finanças. Entre as personalidades famosas da área, estão nomes como Nathalia Arcuri, Thiago Nigro, o Primo Rico, e Nathália Rodrigues, a Nath Finanças.
A minuta da associação se concentrava em questões de publicidade, sugerindo que os influenciadores informassem, por escrito ou verbalmente, qualquer propaganda de investimentos que realizassem. O processo poderia ser feito por meio da adição de hashtags, com o nome do distribuidor, mencionando minimamente que se trata de publicidade. Uma opção seria colocar, por exemplo, #parceria e #nomedainstituição.
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