- Estratégia de investimento em ações pagadoras de dividendos é uma boa maneira de aumentar a renda
- Análise profunda das empresas é crucial, as melhores pagadoras de dividendos são as mais sólidas
- Queda na cotaçãos pode ser apenas uma armadilha para o investidor que pensa estar comprando barato
A Bolsa negociando a múltiplos de 8 vezes lucros e 5,5 vezes lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) está recheada de boas oportunidades de ativos pagadores de proventos. E o investidor não precisa desembolsar uma grande quantia para ter acesso a eles. O analista Guilherme Tiglia, da Nord Research, elencou dez ações do mercado com valor de face abaixo dos R$ 10 que pagaram dividendos nos últimos 12 meses.
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A estratégia de investimento em ações pagadoras de dividendos é apontada como uma boa maneira de aumentar a renda e criar riqueza ao longo do tempo. Os dividendos são pagamentos feitos pelas empresas aos acionistas com base nos lucros obtidos. Veja aqui as melhores ações pagadoras de dividendos para setembro, conforme recomendação de dez corretoras.
Está barato mesmo?
O especialista elaborou a lista como uma provocação, no entanto. Ele quer chamar a atenção de que o preço de face de uma ação não deve ser um critério para determinar se o papel está barato ou não.
A análise profunda das empresas é crucial, até porque as melhores pagadoras de dividendos são aquelas que são sólidas, estáveis e seguras no longo prazo, independentemente das condições de mercado.
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“Não é porque o preço de tela é baixo que é necessariamente barato ou que é uma boa empresa. Esse é um erro que a pessoa física pode cometer. A grande mensagem que eu quero passar é sobre o aprofundamento da análise“, diz Guilherme Tiglia.
Ele sustenta ainda que não é apenas o evento de um dividend yield (rendimento de dividendos) alto que faz a empresa ser boa pagadora. É preciso analisar a performance dos últimos cinco a dez anos de atividade, se a distribuição de proventos foi consistente, inclusive em períodos de crise, se gerou lucro, entender como a empresa ganha dinheiro.
"Muita gente olha no impulso apenas para a cotação sem saber se é um negócio sustentável e se tem perspectiva de se manter", provoca Tiglia.
Mas é provento recorrente?
Outro erro bastante comum da pessoa física que se aventura na estratégia de dividendos é não atentar para o histórico. Muitas vezes uma empresa paga um bom dividendo e nunca mais volta a repetir. Isso acontece por causa de eventos e fatores atípicos ao negócio e que precisam ser levados em consideração.
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"A Petrobras (PETR3; PETR4) é um exemplo. Chegou a 60% de payout (lucro da empresa distribuído em forma de dividendos), um cenário que será difícil de ser repetido", diz o analista. "Comprar só por causa disso é um perigo, é preciso saber o que está por trás", alerta.
Outra situação que aparece como oportunidade é quando o preço da ação cai. No caso em que seu valor desce, mas os fundamentos da companhia permanecem e as perspectivas se mostram promissoras, essa é a hora de comprar e até reinvestir os dividendos.
É necessário, no entanto, perceber se a queda não é resultado justamente de uma dinâmica negativa da companhia. "No caso de os fundamentos se deteriorarem é um alerta", diz Tiglia. A queda de preços pode ser apenas uma armadilha para o investidor que pensava estar comprando barato, ignorando que o preço poderia cair ainda mais.
O investimento em ações que pagam dividendos requer disciplina, persistência e consistência ao longo do tempo. Isso significa investir regularmente e reinvestir os proventos, aproveitando os juros compostos para aumentar os ganhos ao longo do tempo. Tudo isso é válido, desde que o investidor não caia em arapucas.
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