Os juros futuros fecharam o dia de lado. Na maior parte da sessão desta “Super Quarta” de decisões do Federal Reserve e do Comitê de Política Monetária (Copom), estiveram em baixa, mas no fim da tarde zeraram o recuo. A curva dos Treasuries, que ontem pressionou as taxas locais para cima, continuou servindo como referência principal, e operou com volatilidade após o comunicado do Fed, com trajetória replicada nas taxas da B3. As curtas tiveram oscilação limitada, uma vez que estão consolidadas as apostas no corte de 0,50 ponto porcentual da Selic esta noite. O mercado aguarda o comunicado para medir as chances de ampliação do ritmo de queda nos próximos encontros.
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A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 fechou em 10,53%, de 10,48% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2026, em 10,23%, de 10,18%. O DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 10,48%, de 10,44% ontem no ajuste. A taxa do DI para janeiro de 2029 encerrou em 10,99%, de 10,98%. O DI para janeiro de 2031 fechou estável em 11,29%.
Como esperado, o Fed manteve os juros na faixa de 5,25% a 5,50% e o comunicado veio também relativamente dentro do previsto. O que surpreendeu foi o gráfico de pontos, com revisão para cima nas estimativas para juros em 2024 (de 4,6% para 5,1%) e 2025 (3,4% para 3,9%), em 50 pontos-base.
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O quadro indica espaço menor para afrouxamento monetário e taxas em níveis restritivos por um período mais longo. Para 2023, a estimativa permaneceu em 5,6%, indicando novas altas nas próximas reuniões. “Também chamou a atenção o fato de que nas projeções de longo prazo 5 dos 19 votantes veem o juro acima da mediana de 2,5%, o que sugere a possibilidade de um juro de equilíbrio mais alto, algo mais estrutural”, explica Francisco Nobre, economista da XP Investimentos, para quem tal fato é um ponto de atenção.
Na esteira da piora do gráfico de pontos, as taxas longas e intermediárias dos títulos dos EUA passaram a subir, com o yield da T-Note de dez anos chegando ao pico de 4,40%. Na sequência, o movimento foi dissipado pela entrevista do presidente do Fed, Jerome Powell, que não deu ênfase à mudança no gráfico de pontos, optando por repetir o tom das declarações recentes, de que os próximos movimentos estão atrelados aos dados e que o comitê vai avaliar tudo “reunião a reunião”. “Estamos preparados para subir mais os juros, se for preciso”, destacou Powell.
No fim da tarde, a curva dos Treasuries voltou a piorar. Não somente a taxa da T-Note de dois anos bateu máxima em direção aos 5,20% como o yield da T-Note de dez anos voltou a subir e a mirar os 4,40%. Os DIs foram junto, zerando a queda que vinha prevalecendo desde manhã.
Internamente, o dia não teve agenda relevante. “O mercado local mira o comunicado do Copom, procurando sinais que possam justificar qualquer porta aberta para aceleração do passo”, resumiu o co-gestor da Mesa Institucional de Títulos Públicos da Warren Rena, Luis Felipe Laudisio.
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