Os juros dos Treasuries recuavam ao fim da tarde, em correção após terem alcançado seus maiores níveis em mais de uma década nos últimos dias. Os retornos continuam perto das máximas plurianuais mesmo assim, apoiados por perspectiva de política monetária restritiva nos EUA e em meio ao risco de paralisação do governo americano.
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No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos recuava a 5,058%, o da T-note de 10 anos cedia a 4,570% e o da T-bond de 30 anos tinha baixa a 4,701%.
Os retornos exibiram volatilidade ao longo do dia, ora em território positivo, ora no negativo – e mistos pela maior parte do tempo. Pela manhã, o mercado acompanhou o avanço aquém do esperado do Produto Interno Bruto (PIB), segundo leitura final, e do número de pedidos de auxílio-desemprego dos Estados Unidos, que deram sinais divergentes sobre o momento atual da economia americana.
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O driver responsável por 80% da pressão altista nos rendimentos na última semana seria a narrativa do “excepcionalismo dos EUA”, segundo disse o economista-chefe do Lombard Odier, Samy Chaar, em entrevista ao Broadcast. A expressão se refere à resiliência da economia americana em comparação à de outros pares avançados – o que tem potencial de fazer o Federal Reserve (Fed) manter as taxas de juros básicas mais altas por mais tempo.
Chaar destacou ainda um certo nervosismo do mercado diante da possibilidade de uma paralisação do governo dos EUA como um possível fator afetando o prêmio dos Treasuries.
A Capital Economics acredita que a narrativa do “higher for longer” mais altos por mais tempo não deverá durar ao longo de 2024, já que estima que os bancos centrais vão, de maneira geral, começar a cortar taxas antes do que os investidores parecem precificar hoje. “Como resultado, o sell-off do mercado de títulos vai virar um rali. Projetamos que os rendimentos de títulos soberanos de 10 anos em grandes economias avançadas deverão cair até 100 pontos-base dos seus níveis atuais”.