O mercado de ações brasileiro é um dos mais negativamente posicionados entre emergentes para lidar com o aumento dos juros futuros locais, afirma o Goldman Sachs. Estudo do banco americano mostra que papéis do País tendem a sofrer mais quando altas de juros são precificadas, o que pode se tornar um vetor de preocupação em meio à disparada dos yields das treasuries americanas.
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Os analistas Caesar Maasry, Jolene Zhong e Lexi Kanter observam, em relatório, que os juros emergentes têm se tornado mais sensíveis ao aumento das taxas nos EUA. Partindo de um diferencial de juros reais baixo – o menor em uma década -, isso sugere uma performance mais fraca de ações emergentes nos próximos meses, especialmente quando o mercado demonstra preocupações com o crescimento da economia americana. “Há uma clara relação entre o mercado precificar aumentos de juros (ou menos cortes) e o sofrimento de curto prazo nos retornos de ações e moedas emergentes”, afirmam.
“Os diferenciais de juros atuais são consistentes com uma significativa ‘underperformance’ de ações emergentes, exclusive China, contra as desenvolvidas, exclusive EUA: um diferencial de 1,2 ponto sinaliza ‘underperformance’ próxima de 8%.” No caso do Brasil, Maasry, Zhong e Kanter notam que os juros futuros domésticos têm se tornado mais independentes do comportamento do Fed ao longo do tempo, mas a tendência pode se reverter. “Suspeitamos que os betas das taxas locais podem aumentar novamente à frente”, explicam.
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