O dólar se valorizou mais no início do dia, em quadro de foco no confronto entre o Hamas e Israel e seus desdobramentos, mas o movimento não se sustentou em grande medida, com maior apoio ao apetite por risco mais para o fim do pregão do mercado acionário americano. Declarações do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) foram monitoradas, em dia atípico pelo feriado de Dia de Colombo nos EUA, o qual deixou os mercados de Treasuries fechados.
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No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 148,50 ienes, o euro tinha baixa a US$ 1,0570 e a libra recuava a US$ 1,2242. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou alta de 0,04%, a 106,083 pontos.
A nova crise no Oriente Médio detonada no fim de semana foi foco importante. Nos mercados, o petróleo avançou com a notícia, mas analistas viam os ganhos da commodity limitados, ao menos por enquanto, e no câmbio o dólar e o iene foram demandados. Mais adiante, porém, o movimento das moedas arrefeceu.
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Entre dirigentes do Fed, o vice-presidente da instituição, Philip Jefferson, afirmou que pode ser cedo para garantir que não será necessário mais aperto para garantir o retorno da inflação à meta de 2%. Ao mesmo tempo, disse que os riscos estão mais equilibrados entre fazer demais ou menos do que o necessário, na política monetária. Jefferson também comentou que levará em conta em suas decisões os avanços recentes dos juros dos Treasuries, sobretudo os de vencimento mais longo.
Já Lorie Logan, presidente da distrital de Dallas, disse que pode ser preciso “fazer mais” para atingir a meta de inflação. Michael Barr, por sua vez, que é vice-presidente para Supervisão do Fed, disse ver progresso “significativo” na inflação, mas acrescentou que ainda há “muito a ocorrer” para que ela fique na meta.
Em meio às declarações, o dólar perdeu fôlego. Na frente geopolítica, o Hamas sinalizou que estaria disposto a negociar um cessar-fogo. Já o presidente israelense, Benjamin Netanyahu, ameaçava redobrar a pressão contra o grupo palestino.
Em relatório, o Société Générale comentava que via o dólar próximo de seu pico, mas ainda sem tê-lo atingido. O banco francês também considerava que o iene estava “refém dos juros” dos Treasuries e também da “inação” do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês). O Société ainda citava o dólar canadense, apoiado pelo avanço do petróleo e por indicadores “razoáveis”, por exemplo.
Na Argentina, o dólar negociado no mercado paralelo (dólar blue) local renovou recorde nominal histórico, em 945 pesos, segundo o jornal local Ámbito Financiero, em quadro de cautela antes do primeiro turno eleitoral neste mês. O UBS lembrava também que nesta quinta-feira haverá dado de inflação ao consumidor no país e projetava alta mensal de 11,0% em setembro. A disparada da inflação mantém vivo o debate sobre uma eventual dolarização, vista como difícil por analistas em geral e por empresas, mas defendida por um dos principais nomes na disputa, o deputado ultraliberal Javier Milei. No mercado oficial, o dólar subia a 350,1294 pesos argentinos, no horário citado.
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