Os retornos dos Treasuries não exibiam um sinal único neste fim de tarde. Os mercados observaram hoje novos sinais de força excepcional da economia americana, a despeito da desaceleração global, mas mantiveram suas apostas de manutenção do juro dos EUA pelo Federal Reserve (Fed) na decisão da próxima semana.
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Por volta das 17h (de Brasília), o juro da T-note de 2 anos caía a 5,016% e o da T-note de 10 anos recuava a 4,829%. O do T-bond de 30 anos tinha alta a 5,015%, à medida que investidores exigem uma compensação cada vez maior por deter títulos de maior prazo, em meio também às preocupações com o quadro fiscal dos EUA, segundo analistas.
A possibilidade de o Fed deixar suas taxas inalteradas na sua próxima reunião de política monetária continua dada como praticamente certa, segundo o monitoramento do CME Group – mesmo após dados voltarem a indicar resiliência dos EUA. A inflação pelo índice de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), a renda pessoal e os gastos com o consumo avançaram em setembro, dando impulso aos juros dos Treasuries num primeiro momento, após sua divulgação. O rendimento do título com vencimento de 2 anos reduziu perdas, enquanto a ponta longa ampliou ganhos.
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Entretanto, o PCE e seu núcleo mostraram desaceleração, favorecendo uma leitura mista dos dados. A Oxford Economics acrescentou ainda que a alta nos gastos tem sido financiada por queda na poupança e “não é sustentável”, prevendo uma desaceleração forte nos próximos trimestres ante a pressão no crescimento da renda disponível.
O juro da T-note de 10 anos, que operou em alta a maior parte do dia, inverteu o sinal conforme a noite se aproximava. O ING avaliou que, apesar de o yield do título ter recuado da alta de 5% que bateu recentemente, há um caminho aberto para retomar esse patamar. O banco holandês apontou, em relatório, que o retorno dos títulos ainda não conseguiu atingir o nível da taxa dos Fed funds durante este ciclo de alta de juros. “Normalmente, isso teria acontecido antes do pico do Fed funds. Desta vez, está acontecendo tardiamente, em parte porque o mercado está agora cada vez mais preocupado com o muro de oferta que surgirá da elevação do déficit fiscal, e com a pouca probabilidade de mudança nessa frente com a eleição presidencial daqui a um ano”, analisou.