A Selic tem 96,1% de chances de sofrer um corte de 0,5 ponto porcentual nesta quarta-feira (1), data da decisão de juros do Comitê de Política Monetária (Copom).
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Com isso, a taxa deve sair do patamar de 12,75% ao ano e chegar a 12,25% a.a. É o que diz um levantamento de Felipe Uchida, sócio da Equus Capital.
O estudo levou em conta as negociações de Contratos de Opção do Copom, instrumentos que representam grandes palpites coletivos sobre como a Selic pode se comportar no futuro, considerando assuntos macro e microeconômicos. Esses contratos são, portanto, uma forma dos investidores mostrarem o que eles acreditam que ocorrerá nas reuniões futuras do Copom.
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“Atualmente, temos mais de 23 mil desses contratos em aberto. Cada número desses representa uma ‘aposta’ diferente. Analisando as negociações dessas opções, os analistas conseguem ter uma ideia de qual é o sentimento geral do mercado. Isso é como ler a mente coletiva dos investidores sobre o que eles esperam que aconteça com os juros no futuro”, explica Uchida.
De acordo com os contratos, a probabilidade de corte indicada pelo mercado na última sexta-feira (27) foi de 96,1%. De maio de 2021 para cá, em todas os 21 encontros que ocorreram, a maior probabilidade de ajuste na Selic identificada na sexta-feira anterior à reunião se confirmou na decisão de política monetária, conforme indicado por Uchida.
“Um fato interessante que o mercado de opções consegue capturar é que, após a última reunião em setembro, esse percentual vem aumentando gradativamente. Isso revela que o mercado financeiro está conseguindo ter uma melhor previsibilidade na tomada de decisão do Banco Central”, destaca.
Outro fator muitas vezes analisado pelo mercado para entender o futuro da Selic é o Boletim Focus, elaborado pelo Departamento de Relacionamento com Investidores do Banco Central. O documento é apresentado toda segunda-feira e representa o resultado de uma pesquisa com 120 instituições financeiras sobre os principais indicadores econômicos.
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O último Focus, liberado na segunda-feira (30), manteve a expectativa para a taxa básica de juros no fim de 2023 em 11,75% ao ano pela 12ª semana consecutiva. Já a previsão para a Selic terminal no atual ciclo de flexibilização passou de 9,00% para 9,25% ao fim de 2024.
Além da decisão do Copom, esta quarta-feira (1) também é marcada pela reunião do Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano), que deve decidir o futuro dos juros nos Estados Unidos.