Os mercados devem repercutir nesta quinta-feira (9) a aprovação da reforma tributária no Senado, além de voltar suas atenções às declarações do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, que se reúne com investidores, e do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central estadunidense).
Confira as principais notícias das empresas na Bolsa
Banco do Brasil (BBAS3)
O Banco do Brasil (BB) registrou lucro líquido ajustado de R$ 8,785 bilhões no terceiro trimestre deste ano, um aumento de 4,5% em relação ao mesmo período do ano passado e em linha com o Prévias Broadcast. O resultado do BB foi impulsionado pela maior receita com crédito e pelo relativo controle das despesas, o que se refletiu em uma maior eficiência. Entretanto, não avançou mais devido aos efeitos da recuperação judicial da Americanas (AMER3).
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Em setembro, a inadimplência da carteira do banco era de 2,8%, pelo critério de atrasos acima de 90 dias, alta de 0,4 ponto porcentual em um ano. A margem financeira foi de R$ 23,680 bilhões, crescimento de 21,1% em um ano puxada pelo crédito.
O Citi considera que os resultados do BB vieram “melhores do que parecem” em uma primeira leitura. Segundo a casa, o resultado foi afetado pelo caso Americanas, mas mostrou uma reversão da tendência negativa para a qualidade dos ativos e um bom ritmo na carteira de crédito.
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O BB também aprovou a distribuição de R$ 291.052.643,24 em dividendos e R$ 1.958.323.968,37 em Juros sobre Capital Próprio (JCP), a R$ 0,10198860740 e R$ 0,68622202551 por ação. As ações passam a ser negociadas “ex” a partir do dia 22 de novembro.
Braskem (BRKM5)
A Braskem reportou no terceiro trimestre de 2023 um prejuízo de R$ 2,418 bilhões, maior ante as perdas de R$ 1,103 bilhão no mesmo período de 2022. O resultado foi superior na comparação com os três meses imediatamente anteriores, quando havia apurado prejuízo de R$ 771 milhões.
Na avaliação da XP, a Braskem reportou um terceiro trimestre fraco, mas muito em linha com a expectativa. A casa destaca que o Ebitda ajustado ficou em R$ 921 milhões (+31% na comparação trimestral) devido ao reconhecimento positivo de R$ 297 milhões de créditos fiscais do Regime Especial da Indústria Química (REIQ) para os nove meses do ano. Sem esse efeito, no entanto, o Ebitda teria queda trimestral de 11%, devido ao enfraquecimento dos spreads.
Além disso, a estatal de petróleo de Abu Dhabi, a Adnoc, apresentou uma nova proposta pela Braskem, envolvendo o valor de R$ 10,5 bilhões por uma fatia na petroquímica, apurou o Broadcast. Os analistas da XP destacam que não há informações sobre potencial direito de tag along para os acionistas minoritários da Braskem e, por isso, decide manter uma visão cautelosa (recomendação neutra) para a petroquímica.
- Confira ainda: Mercado hoje: investidor monitora falas de presidente e diretores do BC em meio à repercussão da Reforma Tributária
Copel (CPLE6)
A Companhia Paranaense de Energia (Copel) obteve lucro líquido de R$ 441 milhões no terceiro trimestre de 2023, alta de 16,6% na comparação anual. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) atingiu R$ 1,4 bilhão no intervalo, valor 26,8% maior que o visto no mesmo período do ano anterior. A margem Ebitda alcançou 51,0% no trimestre, alta de 1,5% na mesma base de comparação.
O Citi avalia que foi um “bom trimestre” para a Copel, com números melhores do que o esperado devido à distribuição, que foi o destaque do período, e à Geração e Distribuição (G&T), que também veio melhor.
Minerva (BEEF3)
A Minerva Foods registrou lucro líquido de R$ 141 milhões no terceiro trimestre, uma queda de 0,3% ante o mesmo período do ano passado. O Ebitda ficou em R$ 713,7 milhões, 11,5% menor.
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A XP diz que espera um desempenho negativo para as ações ordinárias da Minerva no pregão de hoje, visto que os resultados foram mais fracos do que o esperado. “Numa análise sequencial, Brasil e Uruguai foram as exceções com aumento de receita, embora não o suficiente para compensar números mais fracos do Paraguai, Argentina, Colômbia e Austrália”, diz a corretora.
Ultrapar (UGPA3)
A Ultrapar registrou lucro líquido de R$ 891 milhões no terceiro trimestre de 2023, alta de 973,4% em relação ao mesmo período do ano passado. O Ebitda ajustado atingiu R$ 2,001 bilhões, avanço de 139% na comparação anual.
Segundo o Citi, a companhia “apresentou bons resultados na comparação anual e trimestral, acima de nossas estimativas e consenso”. Além disso, o banco destaca que a alavancagem da Ultrapar diminuiu para 1,4 vez a dívida líquida pelo Ebitda ajustado dos últimos 12 meses, o menor nível dos últimos 10 anos.
MRV (MRVE3)
A MRV&Co – conglomerado que reúne MRV, Sensia, Luggo, Urba e Resia – teve prejuízo líquido consolidado de R$ 136,5 milhões no terceiro trimestre de 2023, maior que o esperado no Prévias Broadcast, revertendo lucro de R$ 2 milhões do mesmo período de 2022. Todas as operações tiveram prejuízo no período: MRV (R$ 87,6 milhões), Urba (R$ 25,9 milhões), Luggo (R$ 8,9 milhões) e Resia (R$ 14,0 milhões).
O Citi considera que a MRV reportou um desempenho positivo em seu segmento de construção residencial no Brasil, com receita líquida recorde de R$ 1,9 bilhão, contudo o banco diz que continua cauteloso com as ações, dada a recorrente queima de caixa em todas as frentes, que já totaliza R$ 332 milhões nos nove primeiros meses de 2023. Assim, apesar de recomendar compra para MRV devido a valuation (valor do ativo) e “ventos favoráveis”, a casa menciona que provavelmente os papéis da MRV terão uma performance inferior aos de Cury e Direcional.
Casas Bahia (BHIA3)
O Grupo Casas Bahia, antiga Via, registrou no terceiro trimestre de 2023 um prejuízo 311% maior que no mesmo período do ano passado e fechou em R$ 836 milhões. O Ebitda ajustado também foi negativo, em R$ 66 milhões, o que fez reverter o resultado positivo na comparação anual.
A XP considerou os resultados muito fracos no terceiro trimestre, com o macro impactando faturamento, enquanto as medidas de reestruturação impactaram as margens.
Americanas (AMER3)
A B3 suspendeu o uso do selo de Novo Mercado pela Americanas e multou 22 pessoas físicas ligadas à sua administração, após concluir um processo sancionador aberto em março. Mesmo com a perda do selo, a varejista continua sujeita as regras do Novo Mercado. As multas variam de R$ 263 mil a R$ 395 mil.
Hapvida (HAPV3)
A Hapvida registrou prejuízo líquido de R$ 206,7 milhões no terceiro trimestre de 2023, ante lucro de R$ 35,2 milhões um ano antes. O Ebitda ajustado ficou em R$ 742 milhões, queda de 19,6%.
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A XP espera uma reação positiva ao balanço nesta quinta-feira, com destaque para queda de 2,2 ponto porcentual da sinistralidade ante o segundo trimestre de 2023, “superando nossa estimativa já otimista e apontando para uma normalização de margem mais acelerada”.
CBA (CBAV3)
A Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) registrou R$ 263 milhões de prejuízo líquido no terceiro trimestre de 2023, o que representa uma reversão do lucro apurado no mesmo período de 2022, de R$ 100 milhões. O Ebitda ajustado somou R$ 46 milhões queda de 86%.
Para a XP, a CBA reportou resultados fracos, embora melhores que o esperado, e as perspectivas a curto prazo devem permanecer pressionadas pelos atuais preços do alumínio.
A empresa também aprovou aumento de capital, por meio de subscrição privada, no valor mínimo de R$ 139.872.824,31 e máximo de R$ 206.042.831,20. O preço de emissão será de R$ 3,73.
Caixa Seguridade (CXSE3)
A Caixa Seguridade fechou o terceiro trimestre deste ano com lucro líquido recorrente de R$ 916,6 milhões, resultado 19,6% maior que o observado no mesmo período do ano passado. De acordo com a companhia, o número representa um recorde histórico para um trimestre. O ROE da Caixa Seguridade foi de 62,5% no terceiro trimestre, um crescimento de 17,1 pontos porcentuais.
Oi (OIBR3)
A Oi, em recuperação judicial, apresentou prejuízo líquido de R$ 2,830 bilhões no terceiro trimestre de 2023, queda de 12,7% ante mesmo intervalo de 2022. O Ebitda de rotina ficou negativo em R$ 330 milhões, enquanto um ano antes foi positivo em R$ 167 milhões.
Equatorial (EQTL3)
A Equatorial Energia teve lucro líquido ajustado de R$ 851 milhões no terceiro trimestre deste ano, alta de 25,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Já o Ebitda totalizou R$ 2,522 bilhões, avanço de 32,7%.
O Citi afirma que os números vieram melhores do que o esperado, com o Ebitda ajustado de R$ 2,52 bilhões ficando acima da expectativa de R$ 2,16 bilhões, devido a fortes resultados no segmento de distribuição (R$ 2,03 bilhões, contra expectativa de R$ 1,56 bilhão), enquanto transmissão ficou um pouco acima (R$ 307 milhões, contra expectativa de R$ 294 milhões).
Raia Drogasil (RADL3)
A Raia Drogasil revisou a projeção de abertura de lojas para este ano de 260 para 270. A mesma quantidade era esperada para os anos de 2024 e 2025, mas a companhia também alterou a projeção para uma abertura bruta entre 280 e 300.
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O Citi avalia que a elevação no guidance sinaliza “mais uma vez não apenas amplas oportunidades de crescimento em seu principal negócio de varejo, mas também confiança na execução de sua expansão nos rendimentos marginais saudáveis das lojas (que parece estar em seu ponto mais alta, com uma taxa interna de retorno média de 25%)”.
Cogna (COGN3)
A Cogna registrou prejuízo líquido de R$ 102,5 milhões no terceiro trimestre, recuo de 51,5% frente ao prejuízo do terceiro trimestre de 2022. O Ebitda da empresa alcançou R$ 345,8 milhões, avanço de 40,7%.
A XP considerou os resultados ligeiramente positivos, com Kroton mantendo um “bom ritmo”, mas diz que continua cética devido ao valuation e a alavancagem financeira da companhia.
Taesa (TAEE11)
A Transmissora Aliança de Energia Elétrica (Taesa) encerrou o terceiro trimestre de 2023 com lucro líquido IFRS consolidado de R$ 278,9 milhões, queda de 7,8% ante o apurado no mesmo intervalo do ano passado. O Ebitda regulatório totalizou R$ 705,9 milhões, apresentando um aumento anual de 3,9%.
A Taesa também anunciou a distribuição de R$ 204,5 milhões em juros sobre capital próprio (JCP) e dividendos, representando respectivamente R$ 0,19792618659 e R$ 0,00394344952 por ação. A data de ‘ex-direitos’ é 14 de novembro.
3R Petroleum (RRRP3)
A 3R Petroleum registrou prejuízo de R$ 77,453 milhões no terceiro trimestre, revertendo os lucros do mesmo período de 2022 (R$ 469,77 milhões). O Ebitda ajustado foi um recorde, somando R$ 826,6 milhões, um avanço de 330,1%.
Em outubro, a companhia teve uma produção média diária consolidada dos nove polos que opera de 54.584 barris de óleo equivalente (boe), alta de 3,7% na comparação com setembro. Já o montante referente aos campos exclusivos da 3R atingiu média diária de 45.785 boe/dia, crescimento de 3,2%.
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Segundo a XP, a 3R reportou resultados financeiros robustos, com Ebitda ficando 11% acima do esperado pela corretora e 27% acima do consenso. “A 3R continua sendo a ação brasileira de O&G com o maior short interest (cerca de 17%), então sentimos que esses resultados do terceiro trimestre podem levar a uma reação positiva no preço hoje”, afirma.
Grupo Soma (SOMA3)
O Grupo Soma encerrou o terceiro trimestre de 2023 com lucro líquido de R$ 98,8 milhões, queda de 3,2% em relação com igual período de 2022. O Ebitda totalizou R$ 204,3 milhões entre julho e setembro deste ano, recuo de 2,9%.
Os resultados vieram melhores do que o esperado, na avaliação da XP, que destaca o Ebitda e o lucro líquido acima do esperado por conta de menores despesas com SG&A, resultados financeiros e despesas com impostos.
Aeris (AERI3)
A fabricante de pás eólicas Aeris reportou prejuízo líquido de R$ 28,7 milhões no terceiro trimestre deste ano, ante prejuízo de R$ 25,908 milhões no mesmo período do ano passado. O Ebitda foi de R$ 77,3 milhões, alta de 19,4%.
A companhia também divulgou que fará uma oferta primária de ações (follow-on) com valor total de R$ 400 milhões, na qual a família Negrão não deve exercer seu direito de preferência e passará a deter 37% de participação na empresa, ante os atuais 60,1%.
A XP considera que o follow-on “é necessário neste momento, mitigando os riscos de liquidez no curto prazo (caixa + oferta cobrindo 102% da dívida com vencimento ao final de 2025 e 65% da posição total da dívida)”. Isso porque 2024 e 2025 deve ter uma perspectiva desafiadora para a capacidade incremental de energia eólica no Brasil, segundo a corretora.
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