Os rendimentos longos dos Treasuries (títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano) avançaram nesta segunda-feira (13) em meio aos crescentes temores quanto à saúde fiscal dos Estados Unidos, exacerbados pela decisão da Moody’s de revisar para negativa a perspectiva do rating AAA do país.
No fim da tarde em Nova York, o retorno da T-note de 2 anos caía a 5,028%, mas o da T-note de 10 anos subia a 4,624% e o do T-bond de 30 anos aumentava a 4,746%. A Moody’s se manteve a única das três grandes agências de classificação de risco a avaliar os EUA na categoria “Triplo A”, mas reconheceu os desafios fiscais à frente.
A expectativa é de que a dívida pública continue subindo nos próximos anos, em quadro de polarização política que ameaça a sustentabilidade das contas públicas. O alerta acontece em meio às negociações para o orçamento americano, que precisa ser aprovado até o próximo sábado (17) para evitar a paralisação do governo.
Apoio no Congresso
No último sábado, líderes republicanos na Câmara divulgaram uma proposta que estende o financiamento até o começo do ano que vem, mas há dúvidas sobre o texto terá apoio no Congresso.
Para o Julius Baer, a ação da Moody’s reforça a posição de preferência a papéis corporativos de qualidade no médio a longo prazo, em detrimento dos bônus públicos. “A decisão sublinha o mal-estar fiscal que poderá levar a uma nova paralisação do governo no final da semana ou a uma maior deterioração nas métricas fiscais da maior economia do mundo”, afirma.
O foco agora se volta para a divulgação da leitura de outubro do índice de preços ao consumidor (CPI). Segundo levantamento do Projeções Broadcast, o CPI deve avançar 0,1% na comparação com setembro e 3,3% na comparação anual, o que representaria desaceleração.