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- Enfrentando um colapso sem precedentes nas viagens aéreas por causa do coronavírus, a rival europeia da Boeing Co. já tenta convencer os funcionários a aceitarem a demissão voluntária para evitar medidas mais rigorosas
- A redução de 40% na produção da Airbus está se mantendo
(Tara Patel/WP Bloomberg) – O diretor executivo da Airbus, Guillaume Faury, reforçou o alerta para a necessidade de demissões forçadas na fabricante europeia de aviões com um declínio mais agudo do que o esperado nas viagens levou as empresas aéreas a atrasar a entrega de novos jatos.
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“A situação piorou” na esteira da alta temporada de verão, disse ele em entrevista à rádio RTL, da França. “Encerradas as férias, as empresas aéreas estão em uma situação mais difícil do que o esperado.”
Ele acrescentou que a gigante industrial, cujos planos de corte de custos pedem a eliminação de 15.000 empregos, terá que se “adaptar ao novo ambiente”, particularmente no que diz respeito aos empregos. As ações tiveram queda de até 2,7%.
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“Será muito difícil contar apenas com as demissões voluntárias”, disse Faury, reiterando que a empresa “pode estar em risco” se não adorar as medidas corretas. Ele apontou para um declínio de 40% na produção e na entrega de jatos.
Enfrentando um colapso sem precedentes nas viagens aéreas por causa do coronavírus, a rival europeia da Boeing Co. já tenta convencer os funcionários a aceitarem a demissão voluntária para evitar medidas mais rigorosas. A França deve absorver um terço desses cortes, e Faury disse que as negociações com os sindicatos têm como objetivo usar ferramentas como emprego em meio período e apoio estatal para pesquisa e desenvolvimento para evitar que pessoas deixem a empresa.
“As empresas aéreas não estão cancelando as encomendas, mas não estão recebendo as novas aeronaves”, disse Faury. “O atraso nas entregas é muito grande” porque as empresas aéreas não têm como assumir os aviões diante da escassez de passageiros e receita.
A redução de 40% na produção da Airbus está se mantendo, mas “Sou muito cauteloso em relação ao desenvolvimento dessa crise e às próximas etapas da covid-19″, disse ele.
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As ações da Airbus estão em queda de 52% no ano, até 23 de setembro. Se Faury já avisou que medidas voluntárias dificilmente serão suficientes para alcançar a meta de redução de empregos da Airbus, ele tem aprofundado os alertas nas semanas mais recentes.
“Ninguém pode garantir que não haverá demissões forçadas”, disse ele na terça feira. “Temos muito trabalho pela frente, e faremos de tudo para evitar que as coisas cheguem a esse ponto.”
O sombrio panorama da indústria ficou claro na segunda feira quando a Deutsche Lufthansa AG acelerou cortes na frota e no quadro de funcionários em meio à crescente preocupação com a gravidade do declínio.
A maior empresa aérea da Europa vai cortar 150 aviões até a metade da década, 50 a mais do que no plano anterior, levando a mais cortes do que os 22.000 já destinados a partir. Ben Smith, diretor executivo da Air France-KLM, também opinou, alertando em entrevista ao L’Opinion que mais cortes podem ser necessários depois que a demanda por viagens aéreas voltou a cair no fim do verão.
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(Tradução de Augusto Calil)<