O dólar operou misto antes moedas rivais nesta terça-feira (19), com o iene caindo ante a moeda americana devido à decisão do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) de manter sua política monetária ultra-acomodatícia, mas com o euro e a libra subindo ante o dólar, enquanto a expectativa de investidores é de mais rigidez para os Bcs europeus do que para o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) no ano que vem.
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O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, cedeu 0,38%, aos 102,167 pontos. Ao fim da tarde, o dólar subia a 143,90 ienes, o euro avançava a US$ 1,0980 e a libra tinha alta a US$ 1,2725.
A desaceleração do dólar ocorreu apesar de comentários mais rígidos de dirigentes do Fed hoje, com o presidente da distrital de Richmond, Tom Barkin, alertando que o combate à inflação segue como foco e após o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, destacar que não há urgência em cortar os juros. Ambos terão poder de voto no ano que vem.
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Entretanto, o Brown Brothers Harriman (BBH) chama atenção para o fato de que os dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) seguem resistindo às expectativas de flexibilização da política monetária do mercado. Hoje, o dirigente do BC, Gediminas Simkus, disse que os investidores podem ter se adiantado ao antecipar cortes nas taxas, enquanto Martinš Kazaks afirmou que ainda é cedo para declarar vitória sobre a inflação, após o índice de preços ao consumidor da zona do euro desaceleram além do esperado em novembro ante outubro. Na contramão, Boris Vujcic, acredita que o BCE começará a reduzir os juros em breve e François Villeroy afirmou que o corte das taxas deverão iniciar em 2024.
Já no Reino Unido, a vice-presidente para Estabilidade Financeira do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Sarah Breeden, afirmou que “será importante que a política monetária seja restritiva por um período prolongado”.
Para os próximos meses, a Oxford Economics espera que o dólar permaneça na mesma faixa, destacando que, para que a moeda enfraqueça materialmente, seria necessário uma recuperação significativa no crescimento mundial – China e Europa em particular – e o cumprimento das expectativas do mercado de corte de 140 pontos-base pelo Fed em 2024. “Este é um uma tarefa difícil – estimamos apenas uma probabilidade modesta de este cenário se materializar”.