Os retornos dos Treasuries subiram hoje, com o juro da T-note de 10 anos voltando a ficar acima dos 4% depois do relatório de empregos dos Estados Unidos hoje indicar geração robusta de vagas em dezembro e colocar uma pulga na orelha de investidores, que em sua maioria projetam cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed) já em março deste ano.
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Às 18h (de Brasília), o retorno da T-note de 2 anos subia a 4,399%, o da T-note de 10 anos avançava a 4,041%, e o do T-bond de 30 anos tinha ganhos a 4,199%. Na semana, os retornos dos três títulos subiram.
Ian Lyngen, chefe de Estratégia de Taxas dos EUA do BMO Markets, afirma que o forte relatório sobre a situação do emprego de dezembro reforçou a resiliência atual do mercado de trabalho e “ofereceu ao FOMC a cobertura adicional que ele precisava para adiar o corte das taxas num futuro próximo”.
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Mesmo com o Índice de Gerentes de Compras (PMI) de serviços do instituto ISM hoje indicando forte desaceleração no setor, com o subíndice de empregos ao nível mais baixo desde meados de 2020, os investidores correram para os ativos de segurança, escreve Lyngen, ao pontuar que não vê “nada capaz convencer o Fed a cortar juros no primeiro trimestre”, com exceção de, caso venha muito discrepante, o dado de inflação de dezembro.
Louis Navellier, da gestora Navellier, concorda com a visão do BMO, e pontua que, apesar do mercado ainda precificar o primeiro corte em março, “as expectativas de uma rápida redução das taxas começaram a desvanecer”. Os dados do payroll hoje, porém, não surtiram efeito prático na expectativa por cortes, segundo a ferramenta do CME Group, que ainda vê março como probabilidade majoritária.
Segundo o Wells Fargo, isso se deve ao fato de que a revisão para baixo dos payrolls de outubro e novembro pode ter atenuado qualquer agitação relativa aos dados fortes de dezembro.