A Stone (STOC31) considera que, se for necessário escolher entre ganhar mercado e manter a rentabilidade, preferirá a segunda alternativa, afirma o BTG Pactual (BPAC11). De acordo com o banco, a companhia diz que não é o volume processado que gera receitas adicionais, mas sim o engajamento dos clientes que processam estes pagamentos através da companhia.
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O banco promoveu um encontro entre o diretor financeiro da Stone, Matheus Schwening, a equipe de Relações com Investidores e investidores locais. Nesta reunião, a companhia reiterou as mensagens que transmitiu durante o Stone Day, em novembro do ano passado.
“Na monetização, ele [Schwening] afirmou que o foco mudou consideravelmente para o engajamento dos clientes, com muito menos discussões sobre a precificação pura e mais sobre como as avenidas de serviços bancários, software e crédito ajudam a fidelizar e reduzir a rotatividade [da base de clientes]”, afirma o analista Eduardo Rosman, em relatório enviado a clientes.
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De acordo com ele, o diretor da Stone disse que o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) e a alocação de capital sempre foram considerados nas discussões internas a respeito dos produtos. Mais recentemente, porém, a Stone também passou a analisar a adição de clientes e também o comportamento deles ao longo de todo o período que ficam na base.
Desta forma, a Stone agora tem maior foco na oferta de produtos complementares à maquininha, sem que isso necessariamente aumente os custos de aquisição. “Ele [Schwening] deixou claro que o desafio é deixar de ser uma empresa focada somente em pagamentos e se tornar mais multiproduto, embora a principal porta de entrada de clientes sejam os pagamentos.”
No crédito, segundo o relato do BTG, a Stone redesenhou completamente os processos internos e o próprio produto para evitar os problemas que teve em 2021. “Scherer [Schwening] admitiu que a empresa ofereceu um produto de crédito sem garantias como se fosse garantido. Não funcionou, e eles aprenderam a lição”, diz Rosman.
A companhia retomou as concessões no ano passado, e espera que a carteira no final de 2023 tenha chegado a R$ 300 milhões. O produto pode atingir o equilíbrio financeiro ainda neste ano, mas deve se tornar relevante para os resultados até 2027. Como contabiliza as concessões do mesmo modo que os bancos, a Stone pode ter custos mais altos neste momento, afirma o BTG.
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Quanto à área de software, o banco destaca o foco da companhia em quatro segmentos para integrar este produto aos serviços financeiros: postos de gasolina, varejo, farmácias e varejo alimentar. A ideia, segundo o BTG, é vender serviços financeiros a clientes que já estão na base da Linx, adquirida pela empresa em 2020.
O BTG mantém recomendação neutra para os papéis da Stone. O preço-alvo é de US$ 16, 4% abaixo do último fechamento, na quarta-feira (10).