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- Fazer um intercâmbio, comprar um bem durável, começar um negócio. Motivos não faltam para quem se arrisca a sonhar. Mas, para realizar um objetivo de vida, é necessário empenho e controle das finanças
- Antes de começar a poupar, é preciso construir um planejamento com base no orçamento. E isso começa com ações simples, mas não menos importantes. Definir uma meta e o prazo para alcançá-la é primordial nesse desafio
- Para juntar parte do orçamento é preciso saber de que forma o dinheiro está sendo gasto e onde se pode economizar. Deve-se, portanto, fazer um pente fino em todas as despesas.
Fazer um intercâmbio, comprar um bem durável, começar um negócio. Motivos não faltam para quem se arrisca a sonhar, só que para realizar um objetivo de vida é necessário empenho e controle das finanças. Mas o que é preciso fazer, de fato, para juntar a quantia necessária de dinheiro? Especialistas consultados pelo E-Investidor explicam como iniciar esse processo e quais estratégias podem ser úteis para chegar ao final de 2024 com R$ 50 mil na conta bancária.
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Antes de começar a poupar, é preciso construir um planejamento com base no orçamento. E isso começa com ações simples, mas não menos importantes. Definir uma meta e o prazo para alcançá-la é primordial nesse desafio. “Independentemente do valor que vai economizar, tem uma coisa que é fundamental: saber o porquê de estar poupando”, observa Paula Sauer, economista e coordenadora do Laboratório de Finanças Pessoais da ESPM.
Para alguns consumidores, contudo, a dificuldade reside no hábito de poupar, em si, de ter que abrir mão de algo em troca de uma compra. Sauer aponta que essa explicação pode estar relacionada ao passado humano. “Consumir dá muito mais prazer do que poupar. Nossos ancestrais não tinham o hábito de guardar. Nós éramos seres coletores, tínhamos o hábito de consumir. O comportamento de poupança só surge muito tempo depois, quando se descobre a agricultura”, refaz Sauer.
Mas como tentar mudar essa realidade e tornar o hábito de poupar uma tarefa menos desgastante? A educadora financeira aconselha a ter uma meta bem estabelecida. “A coisa mais importante é pensar na motivação para deixar de consumir e no que consegue abrir mão hoje para poder realizar aquilo que vai deixar muito feliz no futuro. Isso é mais honesto do que sair cortando sem ter um critério”, diz Sauer.
Quanto economizar para poupar R$ 50 mil em 12 meses?
Por se tratar de um objetivo de curto prazo, a indicação é buscar algum investimento conservador de renda fixa, pois permite ter mais segurança e previsibilidade do quanto terá ao fim do período traçado. Em simulação, Johnny Mendes, professor de economia da Faap, considerou um título pré-fixado do Tesouro Direto com vencimento em 2029, a uma taxa mensal de 10,44% ao ano, o que dá em torno de 0,83% ao mês. Nesse caso, seria necessário aplicar mensalmente R$ 3.979,65 para chegar a R$ 50 mil no final de um ano.
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Para juntar parte do orçamento é preciso saber de que forma o dinheiro está sendo gasto e onde se pode economizar. Deve-se, portanto, fazer um pente fino em todas as despesas. Isso inclui as cobranças feitas em débito automático e no cartão de crédito. “O início de um novo ano é um bom momento para avaliar o que ainda faz sentido manter e o que pode ser cortado, especialmente no que se refere às despesas não essenciais e recorrentes, como aplicativos, assinaturas ou aquela grade completa da academia que você só consegue ir duas vezes por semana”, exemplifica a educadora financeira Luciana Ikedo.
Despesas que são aparentemente pequenas, quando somadas e multiplicadas pelos meses em que se planeja poupar, facilitam chegar ao objetivo final. “Cem reais no final de um ano dão R$ 1,2 mil”, reforça Sauer.
Em alguns casos é possível fazer uma substituição. O professor da Faap cita, por exemplo, a troca de um plano de TV a cabo por algum serviço streaming, “porque os valores costumam ser mais baratos”. A dica também vale para outros hábitos de consumo, como lazer e alimentação.
Como aumentar a renda?
Ainda assim, caso faltem recursos para juntar a parcela mínima a ser poupada mensalmente, pode-se também buscar alternativas para complementar a renda. Uma opção é transformar algum talento em produto ou serviço. Isso permite, além de conseguir um dinheiro extra, reduzir a dependência à fonte de renda principal. “Pode ser aquela sobremesa maravilhosa que você leva aos encontros com os amigos, a sua forma de construir textos criativos e únicos, a habilidade com as redes sociais, a organização da própria casa”, exemplifica Ikedo.