O patrimônio líquido (PL) dos fundos de infraestrutura da RB Capital Asset Management aumentaram em fevereiro, e a avaliação é que isso se deve ao movimento do mercado após os ajustes do Conselho Monetário Nacional (CMN) para ativos isentos. Mas após surfar na valorização dos papéis, a gestora vê oportunidades em ativos “menos óbvios”.
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Os fundos RB Capital Debêntures Incentivadas FIC FI RF e RB Capital Vitória Debêntures Incentivadas FIC FI RF tiveram respectivas altas de 16,5% e 27,6% em seus PLs em fevereiro ante janeiro. Na comparação anual, as altas são de 32% e 97,7%. Atualmente, a estratégia acumula aproximadamente R$ 210 milhões sob gestão.
Segundo Rafael Ohmachi, gestor de portfólio na área de fundos líquidos da RB Capital, o mercado foi pego de surpresa pelo comunicado do CMN, que restringiu lastros elegíveis de certificados de recebíveis (CRs) e alterou prazos de vencimento de letras de crédito (LCs), o que causa uma “seca” na oferta desses papéis no curto prazo.
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Ainda, os spreads (prêmios) “fecharam”, ou seja, as taxas ficaram menores e, consequentemente, houve valorização do preço unitário (PU) – inclusive de debêntures incentivadas, que também possuem isenção fiscal, mas não foram atingidas pelos ajustes do CMN.
“Tínhamos um fundo muito bem alocado nesses papéis, principalmente nas debêntures incentivadas, e muitos desses ativos tiveram um ‘fechamento’ de spreads, valorizando o portfólio. Com isso tivemos um resultado forte”, diz Ohmachi. Na rentabilidade acumulada em fevereiro, os dois fundos de infraestrutura da gestora tiveram alta acima de 2%.
Mas o gestor avalia se tratar de um evento não recorrente e que em algum momento o mercado vai se equilibrar, com o aumento das emissões de isentos e uma estabilização dos spreads. E a RB Capital, que já surfou um bom movimento, diz que agora as decisões precisam ser feitas de forma mais cautelosa.
Primeiro, a decisão foi por proteger a carteira desses ajustes de mercado, vendendo os papéis com duration (vencimento) mais longo – para embolsar o ganho de capital – e comprar os com prazos mais curtos. Mas há espaço para buscar oportunidades. “Boa parte dos papéis AAA já precificaram muito, estão com os spreads ‘amassados’. Então acreditamos que as oportunidades agora estão nos ativos menos óbvios, como papéis AA para baixo”, diz Ohmachi, pontuando que há uma avaliação interna do rating dos projetos.
Composição dos fundos
Os fundos de infraestrutura da RB Capital têm algo entre 40 e 50 ativos em suas cestas. Segundo Ohmachi, há bastante diversificação em termos de setores, sendo o elétrico como destaque, dada a “maior segurança jurídica e a evolução desse segmento”. Mas o saneamento também vem ganhando espaço, na esteira do marco do setor e em meio à uma “demanda que não falta”, diz o gestor.
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Os dois fundos de infraestrutura estão disponíveis para o investidor geral. O RB Capital Debêntures Incentivadas FIC FI RF tem aplicação inicial de R$ 1 mil, taxa de administração máxima de 1,5% ao ano e prazo de resgate D+30. Já o RB Capital Vitória Debêntures Incentivadas FIC FI RF tem aplicação inicial de R$ 100, taxa de administração máxima de 1% ao ano e prazo de resgate D+5.