Os rendimentos dos Treasuries (títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano) subiram nesta quinta-feira (14), após dado de inflação no atacado dos Estados Unidos colocar em xeque a narrativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) cortará juros de maneira agressiva este ano.
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No fim da tarde em Nova York, o retorno da T-note de 2 anos avançava a 4,691%, o da T-note de 10 anos aumentava a 4,295% e o do T-bond de 30 anos marcava alta a 4,439%.
O índice de preços ao produtor (PPI) acelerou à taxa anual de 1,6% em fevereiro, em uma leitura que superou a expectativa de analistas consultados pela FactSet, conforme informou hoje o Departamento do Trabalho americano.
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Para a Pantheon Macroeconomics, o indicador foi “decepcionante o suficiente” para tornar um relaxamento monetário do Fed em maio bem menos provável.
De fato, a curva futura aponta chances majoritárias de o ciclo de alívio começar em junho, conforme a plataforma de monitoramento do CME Group. No entanto, essa hipótese também perdeu força depois do PPI.
Para o fim do ano, o mercado consolida uma expectativa de uma baixa acumulada de 75 pontos-base – três cortes em 2024 considerando um ritmo de 25 pontos-base por ajuste.
O cenário relegou ao segundo plano outros indicadores, entre eles o avanço nas vendas no varejo e o recuo nos pedidos de auxílio-desemprego. Tudo somado, os yields da renda fixa tiveram sinal positivo durante toda a sessão.
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Na visão do economista-chefe dos EUA para o Santander, Stephen Stanley, os números recentes não devem alterar as expectativas de política dos dirigentes do Fed na reunião da semana que vem. “Mas continuo confortável prevendo que o Fed permanecerá em espera por um período visivelmente mais longo do que a maioria espera, com um primeiro corte nas taxas ocorrendo em novembro”, afirma.