A Stone (STOC31) reportou lucro líquido ajustado de R$ 564 milhões no quarto trimestre de 2023, um aumento de 177% em 12 meses. A empresa de maquininhas de cartões e produtos financeiros também anunciou uma mudança importante em seu conselho de administração, com a saída de seu fundador André Street da presidência.
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A maior parte do resultado do último trimestre do ano passado veio do crescimento da receita de serviços financeiros, que inclui a parte de pagamentos, com as maquininhas, além de serviços bancários (banking) e crédito, comenta o diretor Financeiro da Stone, Mateus Scherer.
A receita financeira chegou a R$ 2,870 bilhões em dezembro, 24,4% maior em relação ao mesmo período do ano anterior, influenciada pelo aumento do volume processado nas maquininhas da Stone e dos clientes usando mais os produtos da empresa. Um dos indícios é a take rate (a receita que fica com a empresa de cada transação com um pagamento), que aumentou de 2,21% para 2,43%. “Este aumento está relacionado com o maior engajamento de nossos clientes”, disse Scherer.
A receita total da Stone cresceu 20% em um ano, chegando a R$ 3,2 bilhões no quarto trimestre de 2023. O volume total transacionado (TPV, na sigla em inglês) somou R$ 113,5 bilhões, alta de 13,3% em 12 meses. O segmento de clientes formado pela sigla MSMB (micro, pequenas e médias empresas, em inglês) teve crescimento de 20,2% no TPV no último trimestre de 2023 ante igual período do ano anterior.
A plataforma de banking teve crescimento de 52%, com os depósitos atingindo R$ 6,1 bilhões ao final de dezembro. A empresa tem como meta chegar a R$ 7 bilhões nesse negócio ao final deste ano e a R$ 14 bilhões em 2027, conforme projeções divulgadas em novembro de 2023, na reunião com investidores em Nova York, onde a Stone é listada.
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No crédito, área que foi retomada em março de 2023, a Stone fechou o quarto trimestre com carteira de R$ 309 milhões, aumento de quase três vezes em relação ao terceiro trimestre. A meta é chegar a R$ 800 milhões de carteira de crédito ao final do ano e a uma carteira de R$ 5,5 bilhões em 2027.
Sobre as metas, Scherer disse que a Stone tem sido questionada se as projeções para 2027 podem ser mudadas, mas por enquanto é muito cedo para avaliar alterações e elas seguem mantidas. “O quarto trimestre surpreendeu e foi mais forte do que a gente esperava e o compromisso para 2024 e 2027 está mantido.”
Em relação à inadimplência no crédito, a taxa acima de 90 dias ficou em 0,29%, e a de períodos mais curtos, de 15 a 90 dias, em 1,96%. Nos dois casos, segundo o diretor, está bem abaixo da expectativa que a empresa vem compartilhando com o mercado, que é nível de perdas se estabilizar ao redor de 10% da carteira. Parte da razão que explica o baixo indicador de inadimplência no momento é que o produto de crédito é muito novo e, além disso, vem sendo implementado gradualmente.
Um dos três pilares estratégicos da Stone é a integração da área de software e serviços financeiros em quatro segmentos: varejo, postos de gasolina, alimentação e farmácias. Um indício de que a estratégia está dando certo, segundo Scherer, é que o volume de pagamentos na base de clientes que já utilizam o software nas quatro verticais prioritárias aumentou 19%, de R$ 4,9 bilhões no terceiro trimestre de 2023 para R$ 5,8 bilhões no quarto período, superando em quase duas vezes a evolução trimestral do TPV do restante da companhia. “É um indicativo inicial de sucesso da iniciativa.”
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A Stone encerrou dezembro do ano passado com caixa de R$ 5 bilhões, mesmo após investimentos nos produtos de crédito e recompra de ações.